SUPERA – Ginástica para o Cérebro

O poder dos sentidos no cérebro

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

A principal fonte de conhecimento são os sentidos. Tudo o que sabemos veio a nós por meio deles. A capacidade de juntarmos as informações provenientes de cada um desses sentidos para a construção de nossa percepção sobre o mundo é muito importante para todas as nossas funções cerebrais.

O conceito que construímos sobre um objeto torna-se mais rico quando temos mais informações sensoriais a respeito dele, enquanto as conexões que fazemos entre as áreas cerebrais envolvidas com as sensações para a construção da percepção também serão muito mais abundantes e capazes de estimular o cérebro de maneira mais ampla.

2015

Mas isso nem sempre é o que fazemos. Geralmente, limitamos a aquisição de um novo conhecimento a um ou outro sentido. Faça um teste: feche os seus olhos e tente reconhecer as coisas pelos sons que fazem ao cair algum objeto no chão – não será uma tarefa muito fácil. A explicação é muito simples: no dia a dia, você prioriza outros sentidos, principalmente a visão, que é suficiente para reconhecer esses objetos e, em geral, é só dela que você precisa.

Você precisará ter experiências sensoriais com esses objetos caindo no chão para aprender a identificar quais sons cada um deles reproduz nessa situação ou passar, a partir de agora, a usar seus outros sentidos com mais amplitude.

Ampliar seu campo de percepção alimenta o cérebro com informações preciosas. Quanto mais sentidos envolvermos num processo de obtenção de novas informações sobre o mundo, melhor será a nossa capacidade de fixar essas informações e de mantermos acesso a elas por diferentes vias.

Quando temos boas informações visuais, táteis, auditivas e olfativas sobre determinada coisa, todas essas entradas sensoriais farão parte da memória desse conceito. E se você entrar em contato com um som ou um cheiro característico, por exemplo, poderá acessar essas informações por essas entradas, também ampliando muito sua capacidade de recuperação dessas informações.

Além disso, quanto mais rica é a variedade sensorial explorada, mais facilmente essas informações terão atingido os centros emocionais do cérebro. E aquilo que nos emociona é facilmente lembrado. Manter os sentidos afiados e devidamente explorados é uma excelente estratégia de aprendizado.

Sair da versão mobile