A linguagem pode ser compreendida como qualquer meio que sirva para o ser humano, expressar sensações, ideias ou sentimentos.
Sua manifestação se dá por meio de um conjunto de sinais falados, escritos ou gesticulados (mímica), que representam o sistema simbólico de comunicação da expressão.
Desta forma, dizemos que a linguagem comporta tanto aspectos biológicos e sociais e tem como função favorecer a adaptação do indivíduo ao ambiente que vive.
Duas áreas no cérebro, chamadas de área Broca e de área Wernicke, que se encontram nas regiões dos lobos frontal e temporal, respectivamente, tem um papel muito importante no processamento da linguagem.
Normalmente, quando uma pessoa, tem uma lesão em um destas áreas, passa a ter prejuízos no desempenho de linguagem, seja na expressão, no acesso ou na interpretação das informações.
É importante refletirmos, que o nosso cérebro é muito complexo em relação à habilidade de linguagem, pois utiliza mecanismos especializados para discriminar e traduzir as sílabas faladas rapidamente em palavras com significados, assim como para converter para padrões de letras do alfabeto de determinado idioma, as palavras faladas com seus significados para uma folha de papel.
Em ambos os casos, é crucial a habilidade de reter os sons pela via da memória operacional, considerada como um tipo de memória de curta duração pela rapidez do processamento da informação e pela atenção auditiva, que atuam simultaneamente para que aconteça o processo de retenção, codificação da informação e posteriormente a interpretação.
A compreensão pode ser definida como um componente da linguagem humana, relacionada àquilo que a criança se lembrará da comunicação aprendida.
Além disso, a aplicação das informações obtidas do que se ouviu em seus anos iniciais de vida, ou ainda ligada às aprendizagens adquiridas em seu processo de comunicação, que lhe tem algum sentido.
A compreensão é a série de operações que, a partir de um enunciado, permite reencontrar a ideia de partida.
Para entender o significado de qualquer frase o cérebro deve reter na memória a ideia iniciada pelas palavras, na primeira parte da frase, enquanto os olhos ou os ouvidos pegam as palavras na última parte, exatamente como você fez ao ler este texto.
Se uma criança que está aprendendo a ler, também pode ouvir as palavras com a sua atenção auditiva, ela poderá reter na memória o som do início da frase por tempo suficiente para acrescentar significado ao que a segunda metade da frase expressará.
A seguir seguem algumas dicas de exercícios que podem ser utilizados para treinar a compreensão, por meio de sons:
- Atividades com músicas: Conte quantas vezes Celly Campello diz cupido enquanto canta Estúpido Cupido, mas só ela, não os rapazes, ou escute a música Corro Demais do cantor Roberto Carlos, e conte quantas vezes ele menciona a palavra DEMAIS, durante o tempo de dois minutos e dezenove segundos de apresentação da música.
- Realize estímulos em duplas e grupos, e explore por meio de buscas na internet sons da natureza, e peça para os participantes descobrirem que som está sendo apresentando, a que se refere?
- Ditado de números e de palavras, muito comuns nas atividades do Supera, os ditados compõem muitas atividades de estimulação cognitiva, são excelentes exercícios para treinar a atenção auditiva e consequentemente a habilidade de compreensão que compõe a nossa linguagem.
Como você viu a linguagem humana é uma habilidade importante e complexa. Sabe-se de acordo com dados de estudos das neurociências, que ao ser estimulada, esta habilidade pode gerar benefícios em sua execução, assim como transferir os benefícios para uma habilidade que não foi treinada, chamado de benefício de transferência.
Ao treinarmos a linguagem de crianças, adolescentes, jovens adultos, adultos e de idosos por meio de grupos de estimulação cognitiva, é esperado que habilidades como memória operacional, atenção, concentração e até mesmo o raciocínio sejam beneficiados.
Por isso realize exercícios de estímulo à linguagem, além de melhorar a sua habilidade de comunicação você estimulará habilidades mentais, que podem auxiliar no seu desempenho geral durante as suas atividades rotineiras.
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Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista e supervisora científica em pesquisas do SUPERA Instituto de Educação.
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