A difusão de meios informatizados na sociedade abriu um espaço significativo para novas formas de comunicação, em especial as que utilizam a Internet, ferramenta dinâmica, interativa, com grande potencialidade de disseminação e democratização do acesso às informações. Todavia, os que não têm acesso à tecnologia tornam-se participantes da mais moderna categoria de exclusão social: os excluídos digitais.
O Estatuto do Idoso, Lei n°10.741, no Capítulo V, Art. 20, defende que o idoso tem direito “a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”. Refere ainda, no Art. 21, que: ”o poder público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados”.
2017Alguns estudos como o de Chan e colegas realizado em 2014 comparam idosos que aprenderam a usar tablets-pc durante 15 horas por 10 semanas a idosos que realizaram atividades sociais ou fizeram parte do grupo de controle. O grupo que usou tablets-pc apresentou maior desempenho de memória recente e velocidade de processamento de novas informações. No estudo de Vaportzis e colaboradores realizado em 2016 os pesquisadores conduziram uma pesquisa semelhante, envolvendo o ensino do uso de tablets-pc por duas horas semanais durante dez semanas. Comparado a um grupo controle inativo, o grupo de intervenção apresentou ganhos significativos em velocidade de processamento.
Desta forma, aprender a usar dispositivos tecnológicos relevantes para a vida diária parece gerar impacto positivo sobre a cognição de idosos. Esta aprendizagem pode, em tese, facilitar as atividades cotidianas, por exemplo, atividades bancárias, compras, entre outras, e trazer contribuições para a vida social e aquisição de novos conhecimentos.
Para desenvolver nas pessoas mais velhas as competências para uso em ferramentas do mundo digital é necessário ter muita atenção, principalmente no momento do planejamento de tal inserção. Diferentemente de um grupo de jovens, os idosos que demonstram interesse em aprender a usar o computador necessitam de mais tempo para alcançar tal objetivo.
O ensino deve ser de forma gradual e mais lenta do que o com alunos mais jovens e, para melhor fixação dos conteúdos ministrados, deve-se sempre revisá-los, em função das próprias condições cognitivas deste grupo etário. Entretanto precisam ser incentivados, pois a aprendizagem acontece ao longo da vida e cada indivíduo tem o seu momento e as suas oportunidades em um momento específico da vida.
Além disso, traz um retorno social e satisfatório para o idoso, que pode comunicar-se e buscar informações por meio da navegação na Internet. Aprender a utilizar o computador, o Tablet, a navegar pela Internet e usufruir das várias possibilidades existentes pode representar uma grande diferença.
Adequar-se ao mundo dos filhos e netos, comunicar-se com outras pessoas, explorar os imensos programas disponíveis são formas de ter acesso a informação e atualização, e uma maneira excelente de melhorar a qualidade de vida.
Por Thais Bento Lima da Silva e Tiago Nascimento Ordonez