SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Organização Mundial de Saúde tem documento sobre cuidados com a saúde do cérebro

Sabemos que o cérebro é, de longe, o órgão mais complexo do corpo humano, permitindo-nos sentir, pensar, mover-nos e interagir com o mundo ao nosso redor. Pensando nisso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou um documento inédito que destaca a importância da otimização da saúde cerebral. Esse material aborda questões relacionadas ao cuidado e promoção da saúde do cérebro, com o objetivo de promover o bem-estar global.

Entende-se como saúde cerebral o estado de funcionamento do cérebro nos domínios cognitivo, sensorial, socioemocional, comportamental e motor, permitindo que uma pessoa realize todo o seu potencial ao longo da vida, independentemente da presença ou ausência de doenças ou distúrbios. Este órgão complexo é responsável por dirigir funções vitais do corpo, como respiração, frequência cardíaca e regulação endócrina e imunológica.

Muitos fatores impactam diretamente a saúde do cérebro em diferentes fases da vida, seja na infância, adolescência, idade adulta ou na velhice. Os estágios do desenvolvimento cerebral são caracterizados pela neuroplasticidade, que se refere à capacidade do sistema nervoso de sofrer modificações e adaptações quando exposto a novos estímulos.

O documento criado pela OMS destaca as principais determinantes para um bom funcionamento cognitivo:

  1. Saúde física: Uma boa saúde física é essencial para a saúde cerebral. Isso inclui uma dieta equilibrada, exercícios regulares, sono adequado e cuidados médicos preventivos.
  2. Meio ambientes saudáveis: Nos últimos anos, tem havido preocupação crescente com os fatores ambientais que afetam a saúde cerebral. Isso inclui poluentes no ar, água e alimentos, como metais pesados, pesticidas e solventes orgânicos, além de catástrofes naturais e provocadas pelo homem, como erupções vulcânicas e derrames de produtos químicos, juntamente com mudanças climáticas que aumentam a poluição do ar e o risco de incêndios florestais, ameaçando a saúde cerebral.
  3. Aprendizagem e conexão social: Estimular o cérebro com aprendizado contínuo e interação social é essencial para a saúde cerebral. O aprendizado ao longo da vida e atividades intelectualmente desafiadoras mantêm o cérebro saudável. Isso inclui educação formal em escolas e instituições, além de estimulação cognitiva na idade adulta por meio do trabalho e interações sociais.
  4.  Segurança e proteção: Viver em um ambiente seguro é essencial para a saúde cerebral, reduzindo o estresse e prevenindo danos físicos. A segurança física inclui moradia estável e proteção contra ameaças, enquanto a segurança financeira garante o atendimento às necessidades básicas sem preocupações financeiras.
  5. Acesso a serviços de qualidade: Ter acesso a serviços de saúde de qualidade é essencial para cuidar do cérebro, incluindo cuidados preventivos, diagnóstico e tratamento de condições de saúde, além de apoio psicossocial.

A OMS enfatiza que cuidar da saúde cerebral vai além de adotar hábitos de vida saudáveis; envolve também a prática regular de estimulação cognitiva. Através de atividades sociais e intelectuais, como aprender um novo idioma, hobby ou instrumento musical, ler e praticar jogos mentais, podemos fortalecer nossa capacidade cognitiva. Além disso, é fundamental adotar cuidados preventivos ao longo de todo o ciclo de vida, desde a infância até a velhice.

Ao adotar uma abordagem global e proativa para o cuidado com a saúde cerebral, podemos evitar ou postergar o avanço e o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como as demências. Por fim, o documento detalha a importância das ações intersetoriais, impulsionar pesquisas e operacionalizar e medir a saúde cerebral de toda população.

Para saber mais, acesse o documento completo na íntegra: https://www.who.int/publications/i/item/9789240054561

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método SUPERA. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

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