O envelhecimento é um processo natural do ciclo de vida, no entanto, conforme o avançar dos anos, ele é acometido por uma série de mitos e estereótipos que muitas vezes distorcem a realidade e impactam a forma como a sociedade enxerga e trata as pessoas idosas. Esses mitos e estereótipos podem gerar preconceitos e discriminações, afetando a qualidade de vida e o bem-estar dos especialmente daqueles que se encontram na fase da velhice.
Um dos mitos mais comuns é a ideia de que o envelhecimento está diretamente ligado à perda de habilidades físicas e mentais. Embora seja verdade que algumas capacidades podem diminuir com a idade, como a velocidade de reação ou alguns domínios da memória, muitos idosos permanecem ativos e saudáveis por muitos anos. A saúde e o estilo de vida têm um papel fundamental nesse processo, e investir em hábitos saudáveis pode ajudar a manter uma boa funcionalidade física e cognitiva ao longo dos anos.
Estereótipos do envelhecimento
Outro mito é o de que as pessoas idosas são todas frágeis e dependentes. Embora algumas pessoas possam precisar de assistência à medida que envelhecem, devido a condições de saúde, muitas outras mantêm uma grande autonomia e independência. É importante reconhecer que cada indivíduo envelhece de maneira única, com suas próprias habilidades e limitações, e que a idade não define a capacidade de contribuir para a sociedade.
Além disso, existe o estereótipo de que os idosos são todos rabugentos, teimosos ou ultrapassados. Essa visão limitada ignora a diversidade de personalidades e experiências que existem entre aqueles que já alcançaram os 60 anos. Muitos são ativos, engajados e têm muito a oferecer em termos de sabedoria e experiência de vida. É importante valorizar e respeitar as contribuições de todas as pessoas, independente da idade, em todos os aspectos da sociedade.
Por fim, há o mito de que o envelhecimento é um período de declínio e infelicidade. Embora possam surgir desafios com o passar dos anos, como problemas de saúde ou perdas pessoais, muitas pessoas idosas relatam altos níveis de satisfação e bem-estar em suas vidas.
Em suma, é essencial questionar e desafiar os mitos e estereótipos do envelhecimento, reconhecendo a diversidade e a riqueza das experiências das pessoas à medida que envelhecem. Ao combater essas visões limitadas, podemos criar uma sociedade mais inclusiva, que valorize e respeite todas as idades.
Assinam o texto:
Gabriela dos Santos, Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo, coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo, parceria científica do Instituto Supera de Educação.