SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Inteligência artificial na Geriatria e Gerontologia

O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem sido um elemento transformador em muitos aspectos da vida moderna, e o envelhecimento populacional não é uma exceção. À medida que as sociedades modernas progridem, a expectativa de vida aumenta e a taxa de natalidade diminui, resultando em um número cada vez maior de pessoas idosas.

Souza et al., (2021), destacam que este cenário apresenta desafios e oportunidades únicas, e é aí que a inteligência artificial desempenha um papel crucial, principalmente nas áreas da Geriatria e Gerontologia, visando melhorar a saúde e qualidade de vida dos idosos .

Nessa perspectiva, são inúmeras as contribuições da inteligência artificial para essas duas áreas dedicadas ao cuidado, e ao estudo do envelhecimento e das necessidades das pessoas idosas. Como por exemplo, ela pode acelerar a análise de grandes conjuntos de dados coletados em pesquisas acerca do envelhecimento.

Imagem gerada por Inteligência Artificial através da plataforma Blue Willow

Algoritmos de aprendizado de máquina podem identificar correlações e padrões complexos em estudos longitudinais de longo prazo, ajudando a entender melhor os fatores que influenciam o envelhecimento saudável e o desenvolvimento de intervenções mais eficazes, entre diversos outros temas relacionados às pessoas idosas. Isso permite o desenvolvimento de abordagens mais personalizadas e direcionadas para o cuidado dos idosos.

Além disso, conforme os pesquisadores De Moura Melo e colaboradores (2020), a IA pode ser integrada em sistemas domésticos inteligentes para fornecer suporte e assistência aos idosos em suas residências. Por exemplo, assistentes virtuais equipados com IA, como a Alexa ou o Google Assistant, podem responder a perguntas sobre medicamentos, lembretes de horários para tomar remédios, orientações para realizar exercícios físicos e até mesmo oferecer companhia virtual para reduzir o isolamento social.

Esses assistentes virtuais podem se adaptar às preferências e necessidades individuais de pessoas idosas, proporcionando uma experiência personalizada.

Existem também robôs assistenciais que são projetados para auxiliar os idosos em tarefas diárias. Souza e colaboradores (2021) salientam que esses robôs podem auxiliar na mobilidade, realizar tarefas domésticas, fornecer companhia e até mesmo ajudar na reabilitação física.

A inteligência artificial permite que esses robôs aprendam e se adaptem às necessidades individuais dos idosos, melhorando sua autonomia e qualidade de vida.

É pertinente destacar também que a IA pode ser usada para desenvolver sistemas de diagnóstico preciso e triagem eficiente de doenças relacionadas à idade, como demência, doença de Alzheimer e outras condições neurológicas.

Algoritmos de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos, incluindo históricos de pacientes, exames de imagem e resultados de testes clínicos e informações genéticas, permitindo um diagnóstico mais preciso e precoce de doenças relacionadas à idade. Isso possibilita o tratamento oportuno e personalizado, melhorando as chances de recuperação e qualidade de vida .

Inteligencia Artificial na geriatria e gerontologia

A inteligência artificial também contribuiu para que as consultas médicas pudessem ser realizadas de modo remoto (telemedicina).

O atendimento virtual permite que os idosos acessem cuidados médicos de qualidade sem sair de casa. Isso é especialmente benéfico para aqueles com mobilidade reduzida ou que vivem em áreas remotas, onde os serviços de saúde são limitados.

Além disso, a telemedicina agiliza o processo de consulta, reduzindo o tempo de espera e os custos associados.

Além disso, com o uso de dispositivos de monitoramento de saúde, como relógios inteligentes, sensores vestíveis e câmeras, a IA pode coletar e analisar dados em tempo real sobre o estado de saúde dos idosos.

Isso permite um monitoramento contínuo, a detecção precoce de problemas de saúde e a personalização dos cuidados de saúde com base nas necessidades individuais, possibilitando uma intervenção mais rápida em situações de emergência e contribui para a prevenção de complicações de saúde.

Desse modo, compreende-se que a inteligência artificial tem o potencial de desempenhar um papel transformador e significativo na área da geriatria e da gerontologia, por meio de diagnósticos mais precisos, monitoramento remoto da saúde, assistência domiciliar inteligente e avanços na pesquisa científica.

Com o envelhecimento populacional e as necessidades complexas dos idosos, a aplicação da IA oferece oportunidades significativas para melhorar a qualidade de vida e o cuidado das pessoas idosas. 

Imagem gerada por Inteligência Artificial através da plataforma Blue Willow

Ressalta-se ainda que, apesar dos benefícios potenciais, a implementação da IA na geriatria e na gerontologia também traz desafios éticos, como a privacidade dos dados e a necessidade de supervisão humana adequada. Portanto, é fundamental garantir que essas tecnologias sejam desenvolvidas e utilizadas de maneira responsável, colocando sempre o bem-estar e a autonomia dos idosos em primeiro lugar.

Assinam este artigo:

Diana dos Santos Bacelar

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de letramento digital.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Conheça mais sobre os benefícios da ginástica para o cérebro para a pessoa idosa, agende agora mesmo uma aula gratuita!

Sair da versão mobile