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Filhos que mandam nos pais idosos: a autonomia na velhice

Filhos que mandam nos pais idosos impactam diretamente em sua qualidade de vida. É muito comum que os cuidadores comecem a ver a pessoa idosa como uma criança e façam as decisões por eles. Porém, também é comum que ela se sinta inferiorizada e incapaz diante da necessidade de apoio para atividades pessoais.

Na gerontologia, a autonomia é entendida como uma propriedade que está vinculada a três condições: a capacidade do ator de compreender a ação e suas consequências, a ação realizada intencionalmente e a ação livre de controle externo.

Por isso, prezar pela autonomia do idoso torna o envelhecimento mais saudável e ativo e um aumento na qualidade de vida.

Segundo a gerontóloga, Thais Bento Lima-Silva, um novo conceito foi incorporado para o entendimento ou interpretação da capacidade funcional da pessoa idosa: o de interdependência.

“Ela é definida como a confiança que as pessoas têm entre si como uma consequência natural de viver em grupo. Nos traz uma perspectiva de inclusão social, auxílio mútuo, além de um compromisso e responsabilidade moral para reconhecer e lidar com a diferença e pode ser visto como um sucesso pessoal que vai para além da independência e da autonomia”, afirma.

Filhos que mandam nos pais idosos e o envelhecimento ativo

Vários estudos científicos têm estudado os fatores de risco associados ao comprometimento da autonomia de pessoas idosas.

Os principais são: idade avançada, sexo feminino, baixa renda, baixa escolaridade, núcleo familiar multigeracional, hospitalização no último ano, uso de mais de uma medicação, visão ruim, declínio cognitivo, presença de sintomas depressivos e de comorbidades, autopercepção de saúde negativa, além de baixa frequência de contatos sociais e da prática de atividade física e menor envolvimento social.

A partir disso, não podemos deixar de falar em envelhecimento ativo, que é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “o processo de otimização de oportunidades para a saúde, a aprendizagem ao longo da vida, a participação e a segurança para melhora qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem”.

Para Thaís Bento Lima-Silva, essa visão nos remete a reflexão de manter o foco de ação em propostas de prevenção de doenças e cuidados com a saúde e da aplicação de ações também para aspectos relacionados a participação e segurança das pessoas idosas, considerando que esses aspectos estão interligados e promovem autonomia, independência e interdependência.

“É importante considerar que ao longo do processo de envelhecimento teremos diferentes perfis de idosos e que entender e avaliar esses perfis considerando sua funcionalidade é uma questão premente para que possamos entender as demandas necessárias e promover ações mais eficazes e direcionadas para essas demandas”, frisa.

Logo, a autonomia é uma das vertentes centrais do envelhecimento saudável porque ajuda a manter a dignidade, integridade e liberdade de escolha da pessoa idosa, propiciando a sua qualidade de vida.

De acordo com a gerontóloga Thais Bento Lima-Silva, a promoção da inserção social também é imprescindível, já que, para um envelhecimento saudável, o bem-estar físico, mental e social são importantes.

“Promover a inserção social em espaços que estimulem sua participação social, sua autonomia e independência aumentam a sua qualidade de vida e a realização das suas funções cotidianas e de lazer”, completa.

Confira como a autonomia da pessoa idosa pode ser estimulada:

– Incentivas as atividades físicas e cognitivas;

– Promover o empoderamento e o protagonismo da pessoa idosa;

– Respeitar e considerar as suas vontades;

– Promover uma alimentação saudável;

– Incentivar a interação social;

– Possibilitar e promover o acesso a serviços e a programas educativos.

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