O Natal para os idosos representa singular momento dentro do contexto anual. Ao longo da vida, os indivíduos se envolvem num processo permanente de construção e reconstrução de laços (entre amigos(as), familiares, comunidade e vida estudantil e profissional) que lhes asseguram a proteção frente a riscos e, principalmente, no reconhecimento de sua própria identidade.
Nesse contexto, de acordo com estudiosos como Argimon e Vitola em 2009, a família é uma das principais fontes de satisfação das necessidades do ser humano, pois é, no contexto familiar, onde ocorrem as primeiras trocas de afetividade, como o amor, que marcarão, positivamente ou negativamente, a pessoa em suas relações dentro e fora do contexto familiar.
É primordial ressaltar que a família representa, dentro do contexto do Natal para os idosos, uma das instituições mais importantes e eficientes, tanto para o bem-estar dos indivíduos como na redistribuição de recursos, sendo considerada como uma mediadora da relação entre os indivíduos e o Estado, na medida em que redistribui, de forma direta ou indireta, os recursos recebidos.
O Natal para os idosos
Desse modo, com o controle recente da pandemia que gerou o isolamento social entre as gerações, as festas de final de ano são estratégia para retomar e fortalecer o vínculo que se enfraqueceu ou não com o distanciamento social.
Logo, as festas de final de ano serão uma oportunidade para relembrarmos momentos felizes, assim como ressignificarmos momentos de sofrimento e acontecimentos tristes que ocorreram ao longo do ano em um mundo ainda em pandemia.
Não se pode esquecer, no contexto do Natal para os idosos, que se reunir com a família em casa para muitas pessoas idosas que moram sozinhas, acontece apenas em datas comemorativas, assim tais datas são essenciais para a manutenção e fortalecimento de vínculos, além de serem momentos importantes para contar e saber sobre as novidades, como o nascimento de netos, bisnetos, assim como conhecer outras pessoas da rede de relacionamento de parentes, como namorados(as), noivos(as) e amigos(as).
Contudo, nem toda família é igual, mas percebemos que a maioria comemora em conjunto, mesmo com divergências e algum conflito entre eles.
Nesse caso, mostrar para o idoso o vínculo familiar que possui e que se pode contar traz alegria, bem-estar psicológico e social, além de senso de pertencimento.
Por fim, evidencia-se que estratégias que fortaleçam os vínculos e o apoio da pessoa idosa são de suma importância, podendo variar de ligações em vídeo chamada, refeições em conjunto ou festas presenciais, onde haja a oportunidade de se encontrar para conversar, dividir e criar novas memórias e, é claro, divertir-se em família.
Assinam este artigo:
Graciela Akina Ishibashi
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Realizou estágio no Centro Dia Bom Me Care entre os anos de 2019 a 2020. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de estimulação cognitiva com jogos. Já foi voluntária na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de origami, dança sênior e letramento digital.
Tiago Nascimento Ordonez
Gerontólogo e mestrando em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Especialista em Estatística Aplicada pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de São Paulo. Pós-graduando do MBA em Data Science e Analytics na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP). Atualmente atua como gerontólogo e coordenador de banco de dados do estudo “A eficácia de um programa de estimulação cognitiva com componentes multifatoriais na cognição e em variáveis psicossociais de idosos sem demência e sem depressão: um ensaio clínico randomizado e controlado”, fruto da parceria entre EACH-USP, Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Supera Instituto de Educação.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.