FELICIDADE. Tá aí uma palavra, um sentimento, que é, sem dúvida, uma das coisas que os seres humanos mais procuram.
Independente da forma de alcança-la, as pessoas sempre estão em busca de experiências que proporcionam sensações de bem-estar, prazer e felicidade.
Alguns compram novos carros, outros constroem grandes casas e tem também aqueles que compram o último modelo de iPhone. Cada qual à sua maneira, todos buscamos ser felizes de alguma forma, mas a verdade é que nem sempre fazemos isso da maneira correta, e muitas vezes nos enganamos com uma falsa sensação de felicidade momentânea.
É claro que, neste artigo, não vou te oferecer nenhuma uma receita para ser feliz, afinal, isso depende de cada um.
Mas quero te contar o que a neurociência já descobriu sobre a felicidade e como você pode buscá-la.
Neste artigo você verá:
- A neurociência da felicidade;
- 3 dicas da neurociência para a felicidade.
A neurociência da felicidade
Encontrar a felicidade e a sensação de bem-estar pleno é uma tarefa bem complexa. Não sem razão, diversas esferas da sociedade têm estudado as razões que nos tornam felizes e o que acontece no nosso corpo quando estamos alegres.
É o caso, por exemplo, da neurociência da felicidade, um campo de estudo cuja finalidade é compreender quais atividades cerebrais estão associadas à sensação de felicidade.
Por meio de recursos de neuro imagem, cientistas descobriram que as emoções positivas não só melhoram as relações sociais como também estimulam a confiança e proporcionam benefícios para a saúde.
Também foi observado que pessoas felizes têm mais facilidade para lidar com adversidades e são mais tolerantes ao estresse.
Pesquisas nessa linha serão de grande relevância para a população de maneira geral, pois podem ser fontes de informação para que as pessoas busquem uma felicidade mais duradoura, redirecionando despesas cujos objetos proporcionam felicidade passageira para aquelas que contribuem de forma substancial e mais duradoura para nossas vidas.
Vamos ver quais delas já tem respaldo científico.
3 dicas da neurociência para quem quer ser mais feliz
Frequente novos lugares
Parece que visitar e conhecer novos lugares está entre as coisas que podemos fazer para sermos felizes. E quem diz isso é a ciência.
Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Miami constatou que a variabilidade diária na localização física, ou seja, frequentar novos lugares, está associada ao bem-estar, ou efeito positivo, conforme nomeação dos autores.
132 participantes foram monitorados por GPS durante 3 a 4 meses, durante a pesquisa. No estudo era necessário que respondessem um questionário enviado para seus dispositivos móveis no qual sinalizavam avaliações sobre o afeto positivo (PA) e afeto negativo (NA) em dias e horários aleatórios.
Os participantes que mais diversificaram os lugares no decorrer do estudo eram também aqueles que apresentavam mais efeitos positivos em seus relatos, permitindo aos estudiosos afirmar que o aumento da diversidade no espaço está associado ao maior afeto positivo e sensação de felicidade.
Testes que mediam a satisfação dos participantes não só quando diversificaram os lugares, mas também quando conheciam outros, também foram realizados.
Os pesquisadores observaram que quando exposto a novidades, o cérebro ativa o estriado e o hipocampo, regiões responsáveis respectivamente pela recompensa e produção de dopamina, também conhecido como hormônio do prazer.
É claro que com uma rotina de estudo e trabalho muitas vezes o tempo para frequentar lugares diferentes pode ser bem limitado. Mas isso não impede que você caminhe até aquele parque que sempre quis ir, mas ainda não foi, ou até mesmo que mude o percurso do trabalho e escolha um caminho diferente ou uma rua mais agradável.
Talvez você também seja muito apegado aos seus costumes e já tenha eleito um restaurante favorito, mas sabendo como a novidade pode contribuir para a sua felicidade, por que não dar uma chance a um novo lugar?
Fazendo isso você estará presenteando a si mesmo e garantindo boas memórias para o resto da vida. E se algo der errado, você provavelmente terá história para contar também!
Invista em novos lugares!
Viva novas experiências
Uma pesquisa realizada pela Universidade Cornell e coordenada pelo professor Thomas Gilovich demonstrou que atividades que envolvem experiência, como viajar, trazem mais felicidade que adquirir bens materiais.
Durante a análise, os participantes relataram uma compra material feita e logo em seguida, uma compra experimental (viagens, museus, restaurantes).
Em ambas as situações o nível de satisfação descrito era o mesmo, mas quando os pesquisadores questionaram o nível de satisfação dessas aquisições atualmente, observaram um declínio de satisfação com as aquisições materiais e um aumento nas experiências, evidenciando que compras experimentais proporcionam mais satisfação em comparação às compras materiais.
Segundo os pesquisadores, isso acontece porque as experiências têm a capacidade de melhorar as relações sociais, contribuem para a formação de identidade do indivíduo e evocam menos comparações sociais quando comparadas a aquisições de objetos.
Fazer uma viagem seja talvez uma das experiências que mais proporcionam felicidade, seja com a família, amigos, parceiro e até mesmo sozinho. Pode ser de carro, carona, avião ou trem.
A verdade é que quando nos submetemos a uma viagem estamos expondo nosso cérebro a novos ambientes, novas pessoas e também novos sentimentos.
E essas impressões não acabam com o tempo, nem se desgastam como os objetos, elas ficam na nossa memória e até se transformam em histórias, seja porque foram muito boas ou por algum perrengue que tenha acontecido.
Comprar um celular ou uma roupa nova pode até proporcionar uma felicidade, mas ela será momentânea, ao passo que novas experiências contribuem para um sentimento de satisfação mais duradouro.
Experimente sair da rotina e buscar novas experiências.
Pratique meditação
A meditação pode oferecer diversos benefícios para a saúde, ela é responsável por promover o bem-estar, melhorar a autoconfiança, estimular o crescimento de novas células cerebrais, e tem também sido associada a mudanças no hipocampo, área responsável pela formação de novas memórias e emoções.
Será esse um caminho para a felicidade? Na tentativa de responder essa pergunta, alguns pesquisadores têm se debruçado sobre os efeitos das práticas meditativas para o cérebro.
É o caso, por exemplo, da docente de psiquiatria Dra. Hedy, da universidade de Yale, que pesquisa como o mindfulness, uma prática meditativa cujo objetivo é trazer o consciente para o momento presente, pode contribuir para a sensação de felicidade.
Importantes mudanças puderam ser observadas como, por exemplo, a redução do estresse, o aumento no controle de emoções, o controle da pressão arterial, a melhoria nos relatos de dor…
Embora não estejam estritamente relacionados com a felicidade, sintomas como esses contribuem para o bem-estar do indivíduo, o que por sua vez, pode impactar diretamente no sentimento de alegria plena!
Uma pesquisa publicada em 2014 mostrou também que o mindfulness pode atuar com um remédio para o envelhecimento cognitivo!
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