SUPERA – Ginástica para o Cérebro

O autocuidado como estratégia para a longevidade

         A Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a tratar o tema da saúde e da longevidade, na Carta de Otawa em 1986, definindo que a promoção de saúde é o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo.

         Nos últimos anos, pensando na pessoa que envelhece, surgiram programas de políticas públicas mundiais, para a promoção de saúde, destacando-se na atualidade as políticas para o envelhecimento ativo, que consiste em criar estratégias que possam garantir a saúde, a segurança e a participação social, possibilitando a melhoria da qualidade de vida do indivíduo ao longo de seu envelhecimento.

O auto cuidado ao longo da vida

Dar qualidade aos anos da vida tem se tornado um tema de discussão recorrente já que a longevidade é uma realidade conquistada.

A necessidade de um novo comportamento frente à vida e a forma em que se relaciona com ela, enraizando a cultura de cuidados com a saúde geral, dos estímulos cognitivas e da relação com a prática de atividade física desde as fases iniciais do curso de vida, poderá garantir um envelhecimento saudável e ativo.

Ciência e auto cuidado

Em um estudo realizado por Chubaci e Fraga em 2013, objetivou-se compreender um pouco da temática autocuidado, em que buscou-se saber como professores do sexo masculino de uma universidade pública realizavam autocuidado enquanto estratégia para prevenção e promoção da saúde na direção de um envelhecimento saudável.

Os autores observaram que a maioria os professores tinham a compreensão de que saúde representava muito mais que ausência de doenças.  Neste estudo, o autocuidado para os professores também significou considerar saúde física, emocional, social e espiritual, buscando, por meio das ações de autocuidado, contemplando todos estes aspectos.

Sentir prazer em atividades está ligado ao auto cuidado

Porém na sua rotina, a maioria informou apenas que tentava realizar ações de autocuidado predominantemente em relação aos aspectos físicos, quando eles observavam o seu próprio corpo, controlavam o seu peso corporal, evitavam hábitos prejudiciais à saúde.

O estudo também trouxe as razões que levaram alguns professores a ignorarem o autocuidado: falta de tempo para si mesmo, dedicação ao trabalho e ausência de sintomas que pudessem sinalizar uma doença.

Os motivos apresentados pelos professores para não realizar o autocuidado correlacionam-se com dados de outros estudos, em que observa-se que homens não se cuidam ou que procuram menos os serviços de saúde, mas, também, apresentam possibilidades de que essas atitudes possam ser modificadas ou melhoradas, sendo um desafio para os profissionais de saúde e para os gestores de políticas públicas em saúde.

A responsabilidade de cada um e o autocuidado

A partir destas definições, podemos destacar a responsabilidade do indivíduo como um agente do seu próprio autocuidado, sendo este o resultado de um conjunto de experiências vivenciadas e aprendidas pelo individuo na sociedade. 

Assim, o autocuidado no processo de envelhecimento resulta do engajamento para o desenvolvimento de hábitos saudáveis com o objetivo de estabelecer e manter a própria saúde, por meio do reconhecimento dos recursos que o indivíduo dispõe para cuidar de si e incluindo os cuidados como:

Autonomia do idoso no autocuidado           

Entendem-se nas ciências e especialidades que estudam o processo de envelhecimento, como a Gerontologia e Geriatria, que a pessoa idosa tem autonomia para assumir o controle dos fatores que podem comprometer o seu processo de envelhecimento, desenvolvendo atitudes pessoais, adquirindo habilidades e conhecimentos que contribuam para melhorar sua vida.

As políticas de prevenção e promoção da saúde são essenciais em todas as idades, assim como o estímulo ao autocuidado no decorrer do processo de envelhecimento, ou seja, o foco não é apenas a pessoa idosa, mas o sujeito mais jovem que se encontra neste processo, contribuirá para que tenhamos, no futuro, idosos mais ativos e saudáveis.

Assinam esse artigo:

          Rosa Yuka Sato Chubaci. Atualmente é professora doutora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, ex-coord. Curso de bacharelado em Gerontologia da Universidade de São Paulo,  orientadora do programa de mestrado em Gerontologia da Universidade de São Paulo. Membro do Comitê de Ética com Seres Humanos da EACH-USP. Coordenadora de Estágios da Gerontologia USP. É Coordenadora do Programa Comunitário da Japan International Cooperation Agency intitulado YURA – atividade com música de promoção de Saúde de idosos na Cidade de São Paulo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista do site do Método SUPERA.

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