SUPERA – Ginástica para o Cérebro

É possível prevenir a perda de memória?

Como prevenir a perda de memória? É possível prevenir ou amenizar esta perda? Chamamos o treino de memória, de otimização de desempenho, e neste treino são utilizados métodos comportamentais, são ensinadas estratégias de memória, e também são ensinados conteúdos educativos sobre a saúde do cérebro, por meio de ferramentas pedagógicas, por meio de educadores, e/ou terapeutas.

O treino de memória visa otimizar os três principais componentes da memória: codificação, armazenamento e recuperação, além de subtipos de memória de curto, como a memória operacional, e a memória declarativa (dos tipos aprendizagem/episódica e a semântica) , e a memória não declarativa, estes últimos dois subtipos seriam de longa duração.

O treino de memória também é considerado como uma terapia que, cientificamente, reduz a velocidade da perda de memória, em pessoas com condições de saúde leve ou em pessoas saudáveis. As sessões de treinamento normalmente são presenciais ou virtuais.

Como prevenir a perda de memória?

Em um estudo realizado por Araújo e colaboradores em 2012, os pesquisadores objetivaram discutir a importância  de treinamentos  de  memória  para  a  promoção  da  saúde  do  idoso  usando como método o estudo bibliográfico.

Os achados nos levantamentos bibliográficos dos autores foram diversificados: em  uma   oficina   de memória, encontraram uma  redução  no  número  médio  de  queixas  de memória de  1,22  para  0,88, maior  clareza dos  idosos  quanto  às suas  dificuldades com  declínio na  citação de esquecimentos de 38% para 20%, os esquecimentos para ações do cotidiano diminuíram de 13% para 4% e para compromissos de 9% para 2%.

Para os autores,tratam-se de resultados baseados na percepção dos idosos e, portanto, são percepções chamadas de subjetivas.

Apesar disso, na visão dos entrevistados, a oficina contribuiu para a  avaliação  das  dificuldades reais  de  memória  e  dos  fatores  que  influenciam  em seu funcionamento, da desmistificação de que perdas de memória só  acontecem com  idosos, do estímulo ao envelhecimento saudável, além de gerar espaço para socialização e estimulação mútua, o que auxilia no enfrentamento dos déficits e em possibilidades de compensação de dificuldades.

Treinar a  memória  implica  não  somente  em  receber  estímulos  e  guardá-los,  mas exercitar  desde  sua  percepção  pelo  organismo,  à  seleção  do  que  é  relevante  para  o armazenamento  das  informações  por  um  período  de  tempo  (seja  ele  curto  ou  longo), e evocá-la  tempos  depois  de  acontecido.

Para  tal, é necessário exercitar a memória durante todo o processo  de  envelhecimento, a  fim  de  prevenir  ou amenizar déficits cognitivos.

Outros resultados apresentados pelos pesquisadores Araújo e colaboradores mostram que o desempenho em tarefas de memória no cotidiano, são  importantes para a funcionalidade do idoso, ajudando-o a lembrar-se de tomar seus remédios, de  pagar as  contas,  de preparar refeições  adequadamente, podendo contribuir para a independência do idoso e diminuir riscos de institucionalização.

Como prevenir a perda de memória: a importância de bons hábitos

A  pesquisa de Omura feita em 2019 destaca que há hábitos de vida, para  a prevenção e para o não-desenvolvimento da Doença de Alzheimer e que podem ser facilitadores para previnir simultaneamente a perda de memória, como:

Sugere-se que a adesão de um estilo de vida saudável com uma combinação de hábitos positivos, conforme mencionado no texto, estará associado a um processo mais lento de declínio da memória e protegido do desenvolvimento de quadros demenciais, como a Doença de Alzheimer.

Perda de memória e a ginástica para o cérebro:

Quando pensamos em como prevenir a perda de memória consideramos imediatamente as pessoas que investem em desafios intelectuais como leituras, jogos de raciocínio, exercícios de memória – e possuem um estilo de vida saudável.

Essas pessoas tem uma melhor reserva cognitiva, o que resulta em menores prejuízos nas habilidades mentais a longo prazo. Com uma maior reserva cognitiva é possível encontrar estratégias compensatórias para possíveis dificuldades, otimizando o desempenho. Por isso, é importante praticar ginástica pra o cérebro desde as fases iniciais até as mais avançadas da vida.

A reserva cognitiva, que é popularmente conhecida como poupança cognitiva; fruto de um investimento que acontece no decorrer da vida de um indivíduo. Em outras palavras, o cérebro se desenvolve de acordo com suas experiências pessoais; quanto mais complexas, maior o estímulo da formação de conexões neurais e menor o índice de desenvolver alguma demência.

Assinam este artigo:

Cássia Elisa Rossetto Verga

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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