SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Declínio cognitivo subjetivo – o que é esta condição clínica?

No processo de envelhecimento precisamos estar atentos tanto para as características físicas como para a cognição. A capacidade cognitiva é um forte indicador de saúde, pois está relacionada ao processamento de informações, memória, análise, aprendizado, entre outros. Com o envelhecimento há um declínio natural na cognição e variáveis como escolaridade, doenças prévias, morar sozinho e o tabagismo podem ser considerados fatores de risco para um declínio cognitivo mais acentuado. 

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O declínio cognitivo pode ser considerado o estado transitório entre o envelhecimento cognitivo natural e a demência. As pessoas que apresentam declínio cognitivo elevado podem ter um aumento no risco de resultados adversos à saúde e uma piora na qualidade de vida, em outras palavras, as atividades pessoais, sociais e ocupacionais podem sofrer mudanças, e uma consequência seria a perda da independência e autonomia.

O Declínio Cognitivo Subjetivo (DCS) é uma queixa constante que uma pessoa tem em relação a sua cognição, mas que não apresenta nenhuma perda, ou seja, mesmo tendo queixas cognitivas, quando avaliado não apresenta anormalidades. É importante destacar que essas queixas podem estar associadas a uma pior qualidade de vida. Por outro lado, o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é uma queixa cognitiva que pode ser confirmada através da avaliação de diferentes domínios cognitivos e tem um leve impacto nas atividades de vida diária, em atividades mais complexas, mas sem prejudicar a independência e autonomia do indivíduo.

Em seu estudo Merlin (2021) relatou três critérios para DCS:

  1. Declínio cognitivo e persistente das capacidades cognitivas, associado ao desempenho normal nos testes cognitivos padronizados;
  2. Ausência de diagnóstico de demência ou CCL;
  3. Quadro clínico não melhor explicado por transtornos psiquiátricos, uso de medicação ou doenças orgânicas.

A depressão apresenta maior prevalência para as pessoas com 50 anos ou mais, sendo comum relacionar a depressão e a ansiedade como uma causa natural do envelhecimento, o que não é verdade pois em muitos casos precisam de tratamento. Estudos relatam que as pessoas com DCS frequentemente apresentam sintomas depressivos e de ansiedade, havendo o risco de evolução para uma demência ou CCL.

            Apresentamos algumas ações que podem ajudar a prevenir a evolução do DCS para um quadro demencial:

            Por fim, é aconselhável sempre procurar um médico quando perceber que você ou um familiar começou a apresentar queixas cognitivas, visto que um diagnóstico precoce ajuda a retardar uma possível demência, favorecer a autonomia, evitar acidentes, diminuir o estresse e a ansiedade, inclusive dos familiares.

Assinam esse artigo

Graciela Akina Ishibashi

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Realizou estágio no Centro Dia Bom Me Care entre os anos de 2019 a 2020. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de estimulação cognitiva com jogos. Já foi voluntária na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de origami, dança sênior e letramento digital.

Gabriela dos Santos

Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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