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Custos relacionados às demências no Brasil e desafios de saúde pública

As demências, incluindo a Doença de Alzheimer, representam um dos maiores desafios de saúde pública globalmente e no Brasil. O impacto dessas condições vai além do sofrimento individual e familiar, refletindo-se em altos custos econômicos e na crescente demanda por cuidados especializados. De acordo com estimativas do Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil mais de 55 milhões de
pessoas em todo o mundo viviam com demência em 2019, com projeções que indicam um aumento para mais de 150 milhões até 2050. No Brasil, aproximadamente 1,85 milhão de pessoas foram afetadas pela demência em 2019, e esse número deve triplicar até 2050.

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Por outro lado, os custos indiretos, que ultrapassam R$ 8 bilhões anuais, derivam da perda de produtividade e das mudanças nas rotinas dos cuidadores. No contexto brasileiro, o cuidado informal é majoritariamente realizado por mulheres, que muitas vezes precisam interromper suas atividades profissionais para se dedicarem ao cuidado de um ente querido com demência. Esse cenário não só
impacta negativamente a economia, como também impõe um peso emocional significativo sobre os cuidadores.

Os desafios e os custos associados às demências no Brasil exigem uma resposta coordenada e integrada entre os diversos setores da sociedade. Além de alocar recursos financeiros suficientes, é essencial promover políticas públicas que incentivem a prevenção, o diagnóstico precoce e a educação contínua sobre a doença.

Nesse sentido, investir em pesquisas para aprofundar o entendimento das causas e tratamentos da demência, além de desenvolver programas de suporte para cuidadores, é crucial. A conscientização sobre a doença também deve ser ampliada para garantir que os pacientes e suas famílias recebam o suporte necessário desde os estágios iniciais. A colaboração entre governos, instituições de saúde e a sociedade como um todo é vital para construir um sistema de cuidado que seja sustentável e que ofereça
esperança e qualidade de vida para os pacientes. Logo, enfrentar o desafio das demências requer um compromisso coletivo para abordar todas as dimensões desse problema de forma eficaz e compassiva.

Laydiane Alves Costa – Especialista em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), e membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo (GETEC). Assessora científica do projeto de pesquisa de validação do Método SUPERA.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera, com a condução de ensaios clínicos. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde – SECTICS. Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil. Brasília: SECTICS, 2024.

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