Você conhece a forma correta de se referir à velhice? Velho, idoso, terceira idade, melhor idade, sênior… Como você se refere às pessoas com 60 anos ou mais? E se você já atingiu os 60 anos, os mais jovens se referem a você com termos que realmente lhe representam?
Apesar de mudanças estarem ocorrendo, a sociedade brasileira ainda carrega diferentes mitos, estereótipos e preconceitos relacionados àqueles que já completaram 60 anos, o que é refletido nas nomenclaturas utilizadas para com essas pessoas. Neste artigo da gerontóloga Thais Bento e parceiros você vai descobrir a forma correta de se referir à velhice neste artigo.
Destacamos a seguir, alguns dos termos considerados até o momento, mais pertinentes quando nos referimos ao envelhecimento e à velhice.
Primeiramente é importante diferenciarmos esses termos. O envelhecimento é um processo que ocorre ao longo da vida, composto pelas fases da infância, adolescência, adultez e velhice.
A velhice por sua vez, como mencionado anteriormente, é caracterizada como a última fase desse processo, a qual é iniciada aos 60 anos em países em desenvolvimento como o Brasil, e aos 65 anos em países desenvolvidos como Portugal.
Veja uma síntese de algumas das formas corretas de se referir à velhice :
- Velho
- Esse termo costuma ser visto como algo pejorativo, que faz referência àquele que não produz, por isso deve ser deixado de lado, deste modo é pouco utilizado. Ao consultarmos o dicionário, entretanto, essa palavra significa algo ou alguém que possui muito tempo de vida ou existência.
- Idoso ou pessoa idosa
- Essa nomenclatura foi legalmente adotada, estando presente, por exemplo, em leis e documentos oficiais. O termo é oriunda da França, e surgiu como substituto ao termo “velho”. Nos dias atuais, esse é um dos termos mais utilizados e aceitos socialmente.
- Sênior
- No ambiente empresarial, o funcionário sênior é aquele que possui muita experiência na área profissional. No contexto etário esse termo foi adotado com a mesma ideia: sênior é aquele que apresenta uma longa experiência de vida.
- Terceira idade
- Essa expressão foi adotada com o propósito de se referir às pessoas que se aposentam devido à idade e que passam a priorizar ações que favorecem o bem-estar e a qualidade de vida. Esse termo, portanto, não representa todas as pessoas que se encontram na fase da velhice.
- Melhor idade
- Esse termo surgiu como substituto da “Terceira idade”. Falar em “melhor idade” é uma forma de superestimar as potencialidades e possibilidades que a velhice proporciona para algumas pessoas, como a oportunidade de descansar, viajar e fazer coisas que geram prazer, após a aposentadoria. Essa, porém, não é a realidade de todas as pessoas com 60 anos ou mais, uma vez que a velhice, assim como qualquer outra fase da vida é composta por aspectos positivos e negativos, não sendo possível estabelecer qual é a melhor idade.
- Senil
- A senilidade é caracterizada por mudanças patológicas causadas pelas modificações naturais do envelhecimento somadas a fatores que influenciam o surgimento de alterações prejudiciais que geram essas patologias, tais como maus hábitos de vida. Nesse sentido, a palavra senil faz menção a um indivído mais velho, que apresenta patologias.
Termos são extintos, novos termos são criados, estudiosos discutem sobre o que é mais apropriado.
Mas o que realmente importa é o modo como cada um prefere ser tratado, por isso, busque sempre dizer ou perguntar aos outros qual é o termo de preferência, e assim, evita-se a manifestação de preconceitos ou o desrespeito.
Esperamos que tenha gostado da leitura e compartilhe esse texto!
Nunca se esqueça que: envelhecer é viver e que a velhice é um direito social conquistado.
Assinam este artigo
Guilherme Alves da Silva
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino de estimulação cognitiva, com foco na prevenção das funções cognição globais e no estudo da neurociência. Já foi voluntário na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de teatro, música e dança sênior. Ex-Diretor do Recursos Humanos (RH) da Empresa Júnior de Gerontologia e assessor em Marketing Digital (MD) entre os anos de 2019 a 2020. É membro da Liga de Gerontologia. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).
Gabriela dos Santos
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.