Como melhorar a autoconfiança? E a memória? Está ligada com a autoconfiança? A resposta é sim e também com a nossa capacidade de aprender, assimilar e reter informações.
Quando confiamos em nossas habilidades cognitivas, somos mais propensos a acreditar em nossa capacidade de memorizar com eficiência.
Por outro lado, um indivíduo com baixa autoconfiança pode resultar em dúvidas e inseguranças que afetam negativamente o seu desempenho.
Neste texto, exploraremos a relação entre autoconfiança e memória, com dicas para melhorar a autoconfiança no processo de memorização.
Como melhorar a autoconfiança?
O psicólogo Albert Bandura, em seu trabalho sobre autoeficácia, destaca a estreita relação entre autoconfiança e memória. Segundo ele, indivíduos com maior autoconfiança tendem a se engajar em estratégias de memorização mais eficientes e a acreditar em sua capacidade de lembrar informações com sucesso.
Essa crença positiva em suas habilidades cognitivas influencia diretamente o processo de memorização.
Entende-se como autoeficácia a crença sobre as habilidades pessoais de organizar e executar alguma atividade, e pode variar de acordo com a complexidade da tarefa, exigindo do indivíduo maior ou menor esforço para desempenhá-la(Sacramento et al., 2020). Bandura (1997) afirma que a autoeficácia influencia a escolha das atividades, os esforços de persistência, o engajamento cognitivo e emocional e a resiliência diante de dificuldades.
A seguir elencamos algumas dicas para fortalecer sua autoconfiança e memória:
- Rejeite opiniões estereotipadas, principalmente se você já tem mais de 50 anos. Sabemos que é comum em nossa cultura associar a perda de memória à idade. Assim é fundamental que para um bom processo de memorização, você rejeite essa visão negativa do envelhecimento e comece a observar os inúmeros exemplos de pessoas mais velhas que mantêm um excelente desempenho de memória no decorrer dos seus anos de vida.
- Conheça seus pontos fortes: Identifique suas áreas de maior facilidade na memorização. Reconhecer seus pontos fortes ajudará a construir uma base sólida de autoconfiança. Lembre-se de situações em que você teve um bom desempenho na retenção de informações e use essas experiências passadas como fonte de confiança para enfrentar novos desafios de memorização.
- Aprenda a desafiar a sua memória de modo lúdico e divertido, neste sentido procure atividades que envolvam desafios de memorização e procure observar se sua memória funcionará bem ou se terá dificuldades para memorizar a informação. Visite uma unidade da rede SUPERA, conheça o método de ensino, faça os exercícios. Ao aumentar progressivamente a dificuldade das atividades, para observar seus sucessos de memorização e aumentar sua autoconfiança como memorizador.
- Utilize técnicas de memorização eficazes: Aprenda e pratique técnicas comprovadas de memorização, como associação de imagens e criação de histórias. Dominar essas estratégias ajudará você a lembrar informações com mais facilidade e aumentará sua confiança em suas habilidades de memorização. Além disso, em relação aos nomes de pessoas, tente aprender o nome de uma ou duas pessoas novas por semana. Faça uma associação entre as características físicas e o nome da pessoa.
Como melhorar a autoconfiança?
- Celebre suas conquistas: Ao alcançar marcos importantes no processo de memorização, comemore suas conquistas. Celebre cada pequeno avanço e reconheça seu progresso. Essas celebrações ajudam a reforçar sua autoconfiança e a motivá-lo a continuar se esforçando.
- No dia-a-dia por exemplo tente memorizar alguns itens da sua lista de supermercado. Comece com poucos itens (4 ou 5 por exemplo), e a cada semana aumente o número a ser gravado. Você pode inclusive usar categorias, por exemplo, “hoje eu vou lembrar de cabeça” somente os produtos de limpeza ou lembrar das carnes, ou memorizar para lembrar somente dos itens que eu vou comprar que comecem com a letra C.
Lembre-se de que a autoconfiança na memorização é um processo contínuo. Com dedicação e prática, você pode fortalecer sua confiança em suas habilidades de memorização e melhorar seu desempenho. Seja paciente consigo mesmo, celebre suas conquistas e mantenha uma mentalidade positiva durante todo o processo.
Assinam este artigo
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
Sabrina Aparecida da Silva
Graduanda do curso de Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Estagiária na área de pesquisa em treino cognitivo pelo instituto SUPERA- Ginástica para o Cérebro. Atuou como bolsista do projeto de pesquisa intitulado “Indicadores de Adesão à Vacinação Contra COVID-19 entre Idosos Longevos Atendidos em um Centro de Saúde Escola da USP” e da oficina “Mentes Ativas” da USP60+.