SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Como funciona a estimulação cognitiva: conceitos e precursores

Como funciona a estimulação cognitiva: você já parou para pensar sobre isso?

Vamos falar um pouco de conceitos de neurociências e de história da estimulação cognitiva? O conceito de neuroplasticidade foi originalmente proposto por um psicólogo e também filósofo americano William James no século XIX. Ele acreditava que o cérebro poderia mudar e se adaptar ao longo da vida, e que essas mudanças eram essenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento. Já

mes também propôs que a neuroplasticidade poderia ser usada para tratar problemas mentais e físicos. No entanto, é importante mencionar que a neuroplasticidade é um conceito amplo e estudado por muitos outros autores além dele. A neuroplasticidade foi mais tarde desenvolvida e estudada por neurocientistas, psiquiatras e neuropsicólogos ao longo do século XX.

No final da década de 1980, estratégias de proteção à saúde do cérebro começaram a ganhar força, como a capacidade do cérebro de resistir aos efeitos negativos de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, através de sua estrutura, função e compensação. Isso significa que algumas pessoas podem ter uma maior reserva cognitiva, o que as torna menos propensas a desenvolver declínio cognitivo ao longo do tempo.

Fatores como a educação, o exercício, a dieta saudável e as atividades mentais e sociais são considerados importantes para o desenvolvimento de uma reserva cognitiva. Um dos principais autores e pesquisadores na área da reserva cognitiva é o Dr. Yaakov Stern, professor de neuropsicologia e neurociência cognitiva na Universidade de Columbia. Ele é conhecido por sua pesquisa sobre reserva cognitiva e sua contribuição para a compreensão da relação entre estilo de vida, reserva cognitiva e doença de Alzheimer. Ele é autor de vários estudos e artigos sobre reserva cognitiva e suas possíveis aplicações clínicas em pessoas idosas.

Os avanços dos estudos das neurociências também foi acompanhado por um conjunto de técnicas e exercícios mentais que visam melhorar as habilidades cognitivas, tais como a atenção, a memória, o raciocínio e a capacidade de aprendizagem.

Quer entender como funciona a estimulação cognitiva? Continue a leitura…

Ela é frequentemente usada para auxiliar em problemas cognitivos, mas também pode ser usada para melhorar a cognição em indivíduos saudáveis. O termo “estimulação cognitiva” foi introduzido pelo neuropsicólogo canadense Donald Hebb em seu livro “The Organization of Behavior” de 1949. Hebb propôs que a estimulação cognitiva poderia ser usada para desenvolver o cérebro e melhorar a cognição.

 Em pessoas idosas, a estimulação cognitiva é uma abordagem para melhorar ou manter a função cognitiva. Isso pode ser feito através de exercícios mentais, jogos, tarefas de aprendizado e outras atividades que desafiam o cérebro. Um dos principais autores no campo da estimulação cognitiva em idosos é Paul Verhaeghen no início da década de 1990, professor de psicologia na Universidade de Georgia. Ele tem realizado pesquisas sobre a eficácia de diferentes intervenções de estimulação cognitiva, incluindo treinamento de memória, treinamento de atenção e treinamento de processamento de velocidade. Verhaeghen também é conhecido por sua pesquisa sobre o declínio cognitivo relacionado à idade e como ele pode ser mitigado.

Como funciona a estimulação cognitiva?

 Além do autor supracitado, destaca-se também Timothy Salthouse na década de 1990, um psicólogo americano conhecido por suas pesquisas sobre envelhecimento cognitivo e desempenho intelectual. 

Professor de Psicologia na Universidade de Pensilvânia, tem publicado numerosos artigos e livros sobre o tema. Salthouse, argumenta que o declínio cognitivo associado à idade é devido a uma redução na capacidade de processar informações, em vez de uma perda específica de habilidades cognitivas.

Assim, propõe que esta diminuição na capacidade de processamento pode ser causada por fatores biológicos, como o envelhecimento dos neurônios, ou por fatores ambientais, como à falta de estímulos mentais.

Salthouse também tem pesquisado como a atividade física e mental, bem como a saúde cardiovascular, podem influenciar o envelhecimento cognitivo. Ele também desenvolveu uma teoria da “compensação cognitiva” que sugere que indivíduos podem usar estratégias para compensar declínios cognitivos relacionados à idade.

O maior estudo envolvendo treino de memóri para idosos foi conduzido por Ball et al., (2002). Tratou-se de um estudo multicêntrico com 2.832 participantes.

Neste estudo, os participantes foram designados aleatoriamente em quatro grupos, sendo um grupo controle (GC) e outros três grupos de intervenção, grupo treino de memória, grupo treino de raciocínio e grupo treino de velocidade de processamento.

O GC correspondeu ao grupo que não participou da intervenção cognitiva, apenas realizou o pré e pós-testes.

Os grupos de treino realizaram 10 sessões, com duração aproximadamente 75 min cada. Após 11 meses do treinamento inicial, foram oferecidas quatro sessões de treino de reforço a 60% dos participantes treinados anteriormente, selecionados aleatoriamente.

Entenda a Ginástica para o cérebro

Para entender como funciona a estimulação cognitiva precisamos considerar ainda que os dados do pós-teste mostraram aumento nas habilidades cognitivas treinadas, sem generalização para as atividades de vida diária. 87% dos participantes no treino em velocidade de processamento aumentaram seu desempenho em tarefas desta natureza, 74% dos participantes do treino em resolução de problemas mostraram desempenho aumentado nestas tarefas, e 26% dos participantes no treino de memória aumentaram seu desempenho em testes de memória.

Com relação aos resultados do treinamento oferecido após 2 anos, foi observado que o efeito do treino diminuiu com o tempo, porém os dados não mostraram mudanças significativas do primeiro para o segundo pós-teste, indicando a durabilidade dos efeitos das intervenções.

Ressalta-se que o GC também teve modesta melhora nos pós-testes, os autores atribuíram esta melhora ao impacto da retestagem.

E são nestes referenciais teóricos que o Método SUPERA se embasa e você quer saber mais sobre o que é a estimulação cognitiva? Exercite e desafie o seu cérebro e acompanhe as próximas publicações.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Supera Instituto de Educação.

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