Quantas vezes pela manhã, em um dia cansativo ou com muitas tarefas a serem realizadas você tomou um cafezinho para dar aquele ânimo?
Que o café é um aliado potente para nos dar energia para enfrentar longos períodos de trabalho, de estudos ou até mesmo para enfrentar um dia inteiro, após uma noite mal dormida, todos já sabemos, mas você já parou para pensar em como ele age em nosso cérebro? Em nossa memória e atenção?
Um pouquinho de história…
No Brasil, os primeiros pés de café foram plantados no ano de 1.727 e desde então, a cultura cafeeira evoluiu e ocupou um grande espaço econômico, tornando o café uma bebida que faz parte do dia a dia dos brasileiros, sendo parte fundamental da nossa cultura.
Entendendo a cafeína!
O componente no café que nos proporciona a sensação de energia é a cafeína. Esta tem o poderoso potencial de estimular o Sistema Nervoso Central, atuando no bloqueio da adenosina, ou seja, do neurotransmissor do sono.
Ao ser ingerida em quantidades adequadas, a cafeína reduz a sonolência, a apatia, e a fadiga, além de favorecer o desempenho da atividade intelectual do indivíduo, aumentando a sua capacidade de atenção, de concentração e de memória.
Alguns estudos relataram que a cafeína desempenhava pouco ou nenhum efeito em nossa memória, especificamente a de longa duração (conceituada como um sistema ou sistemas que servem de base à capacidade de armazenar informação por longos períodos).
A dose certa
Entretanto, o estudo realizado por Borota e colaboradores no ano de 2014, verificou que os supostos efeitos do consumo de cafeína, quando administrada antes do processo de aprendizagem, podem ser fruto do aumento da atenção, da excitação, da vigilância e da velocidade de processamento e não exatamente da influência da cafeína em si.
Desta forma, os autores administraram doses de cafeína após o momento de aprendizagem e verificaram que ela pode aumentar a consolidação de memórias de longo prazo, sendo uma forte aliada nesse processo.
Nehlig (2010) realizou um estudo de revisão da literatura, e destacou que dos estudos encontrados visando a relação da cafeína e desempenho cognitivo em idosos, dois destacaram que os idosos que faziam o consumo diário da cafeína apresentaram melhora nas funções cognitivas e no desempenho psicomotor.
A cafeína melhorou predominantemente o desempenho e sensação de bem-estar, e os idosos pareciam mais sensíveis aos efeitos da cafeína do que os jovens, especialmente na compensação do desempenho em declínio ao longo do tempo.
Em seu artigo cita também um estudo onde foi comparado o efeito da cafeína entre idosos e jovens, sendo registrado que os jovens apresentam melhora no desempenho de tarefas mais simples, ao contrário dos idosos que apresentam uma melhora em tarefas mais complicadas, e destaca que a cafeína é capaz de reverter os efeitos do envelhecimento cognitivo.
Outros benefícios
Vale ressaltar, que a bebida café, obtida através de uma solução aquosa a partir do café torrado e moído, possui além da cafeína, ácidos e sais minerais. Do ponto de vista alimentício, todos esses componentes fazem do café uma bebida saudável e rica em propriedades nutricionais.
Poucas são as pessoas que possuem o conhecimento sobre as propriedades existentes no café, como a própria vitamina B (niacina), e que, a cafeína pode estimular a atenção, a concentração, a memória e o processo de aprendizado escolar.
Adicionalmente, o café também é um mediador que promove a produção de neurotransmissores do humor, ajudando a prevenir sintomas depressivos e outras alterações que podem interferir no humor e no estado emocional das pessoas.
Quanto eu posso tomar?
Levando em consideração o número de efeitos positivos associados ao consumo de café, qual seria a quantidade ideal para obtermos esses benefícios? Como tudo na vida, o consumo de café deve ser feito com moderação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a quantidade de café ideal depende das particularidades dos indivíduos e da tolerância à cafeína que cada um possui, contudo sugerem que o consumo seja de até quatro xícaras de 200 ml por dia, para que assim a cafeína se torne um aliado da nossa saúde física e mental.
Assinam este artigo:
Graciela Akina Ishibashi- graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Estagiária do projeto de validação do método SUPERA. Estudante de iniciação científica na área de treino cognitivo.
Cássia Elisa Rossetto Verga, Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Estagiária da pesquisa de Treino cognitivo de Longa Duração, Universidade de São Paulo.
Mariana Garcia Zumkeller- Graduada em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Gerontologia Social na Escola Superior de Educação de Coimbra no Instituto Politécnico de Coimbra- Portugal. Experiência em Iniciação Científica pelo Programa Unificado de Bolsas da USP. Membro da pesquisa científica de validação do Método SUPERA.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Conselheira Executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e Colunista e Assessora Científica de Pesquisa do SUPERA.
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