SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Atividade física: fator de proteção para idosos com CCL

O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é considerado uma etapa intermediária entre o envelhecimento cognitivo normal e o envelhecimento patológico, que apresenta leves sinais de mudanças na memória e em outras habilidades cognitivas, mas que pouco interferem no cotidiano da pessoa idosa. Este declínio, é identificado por não apresentar prejuízos funcionais, está associado às condições patológicas de evolução do processo de envelhecimento normal para os quadros de demência, sendo denominado de etapa pré demência.

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Entre os principais fatores de risco relacionados à conversão de CCL para demência estão, a baixa escolaridade, o tabagismo, o diabetes, a depressão, a inatividade física, a obesidade e a hipertensão.

Neste contexto, sabemos que intervenções, como a prática de atividades físicas está associada à redução do risco de demência em idosos normais ou com diagnóstico de comprometimento cognitivo leve. Estudos recentes mostram que o treinamento aeróbio (TA) pode melhorar a cognição e a funcionalidade de idosos com CCL. Os dados de estudos científicos, como o de Porto em 2017 com Treinamento Aeróbico indicam boas respostas na cognição global, memória recente e nas funções executivas após o treinamento.

A atividade física pode contribuir para que a pessoa com CCL tenha melhor mobilidade, além disso podem prevenir quedas à medida que é treinado com o profissional da educação física que o acompanha. Um detalhe importante é que a memorização da instrução ajuda a trabalhar principalmente a memória recente, visto que a instrução deverá ser recordada para o desempenho e execução da atividade proposta. Além disso, pode-se treinar a habilidade visuoespacial, pois terá que ter a noção de espaço e a recordação da sequência para execução do treino.

A música trabalhada na atividade física, por meio de dança ou treino aeróbico podem proporcionar a recordação de momentos especiais e até mesmo, melhorar a performance  do indivíduo por gostar daquela composição. É possível também exercitar a atenção visual e auditiva com treinos ritmados.

Algumas outras práticas com a atividades físicas podem beneficiar a pessoa idosa com CCL como a estimulação cognitiva, ou seja, estimular a cognição. Podemos citar o Método Supera que faz estimulação cognitiva e trabalha os diferentes aspectos como atenção, memória, habilidade visuoespacial, linguagem, funções executivas, entre outros.

Para finalizar vamos recordar, os benefícios da atividade física para idosos com CCL:

Em resumo a atividade física é uma grande aliada da estimulação cognitiva, quando pensamos em intervenções protetoras para o declínio cognitivo.

Referências

PORTO, Fábio Henrique de Gobbi. Efeitos do treinamento aeróbico na cognição e no metabolismo cerebral em repouso em sujeitos com comprometimento cognitivo leve. 2017. 190 f. Tese (Doutorado) – Programa de Neurologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-27102017-100935/publico/FabioHenriquedeGobbiPorto.pdf. Acesso em: 18 jan. 2022.

Assinam este artigo

Ana Paula Bagli Moreira: Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), com extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca – México. Assessora científica do projeto de pesquisa de validação do Método SUPERA e pós-graduada em Neurociência na Educação (UNISA).

Guilherme Alves da Silva: Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino de estimulação cognitiva, com foco na prevenção das funções cognição globais e no estudo da neurociência. Já foi voluntário na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de teatro, música e dança sênior. Ex-Diretor do Recursos Humanos (RH) da Empresa Júnior de Gerontologia e assessor em Marketing Digital (MD) entre os anos de 2019 a 2020. É membro da Liga de Gerontologia. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Profª Drª Thais Bento Lima da Silva: Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É assessora científica e consultora do Método Supera.

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