SUPERA – Ginástica para o Cérebro

A importância de motivar a pessoa idosa para fazer atividades cognitivas e culturais

Você sabia que motivar pessoas idosas a participar de atividades cognitivas e culturais também contribui para promover um envelhecimento saudável e ativo? Infelizmente, em nossa sociedade, ainda persiste a crença de que as pessoas idosas não são capazes de coordenar suas vidas, de ter propósito, metas e objetivos, de aprender coisas novas e de realizar mudanças. Essa visão limitante contribui para o desenvolvimento de sentimentos de impotência nos idosos, levando-os, em muitos momentos, a agirem como se realmente não tivessem essas possibilidades.

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Estudos, como o de Gil e colaboradores, mostram que a participação em atividades cognitivas, como jogos de erros, caça-palavras, leitura, manter-se atualizado com notícias culturais, ouvir músicas, rever fotos antigas, orientar-se no tempo, aprender uma nova língua ou hobby, promove a manutenção da saúde cerebral, aumentando a plasticidade do cérebro, pois envolvem aprender coisas novas e desenvolver novas estratégias cognitivas. Além disso, essas atividades não apenas previnem o declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e outras demências, mas também auxiliam no aumento da qualidade de vida.

Da mesma forma, o envolvimento em atividades culturais, como visitas a museus, igrejas, celebração religiosa, participação em grupos de teatro ou música, e a prática de artes manuais, pode fortalecer o bem-estar emocional e social dos idosos. Engajar-se em atividades culturais é uma maneira de resgatar a identidade e proporcionar experiências de alto valor social, com impactos benéficos na vida das pessoas idosas. O engajamento cultural tem sido associado à proteção das habilidades cognitivas, à redução da incidência de doenças neuropsiquiátricas, de dor crônica e de comportamentos inadequados. A cultura na velhice tem sido associada à melhor percepção de vida, bem-estar, felicidade e afeto positivo (Bernado, et al., 2020).

O acesso a serviços de apoio é fundamental para viabilizar a participação dos idosos nessas atividades. Serviços de transporte seguros fornecidos pelo governo que facilite a mobilidade, permitindo que as pessoas idosas cheguem aos locais onde ocorrem as atividades. Núcleos de convivência oferecem oportunidades para socialização, atividades culturais e troca de experiências, criando um ambiente estimulante e acolhedor. É importante incluir ações voltadas também para o acolhimento de homens, considerando a feminilização da velhice, que faz com que a maioria dos serviços sejam ocupados por mulheres, enquanto os homens frequentemente ficam em casa, muitas vezes em processo de isolamento social.

Ao proporcionar aos idosos oportunidades de engajamento ativo, aprendizagem contínua e participação social, a sociedade envia uma mensagem clara de valorização e respeito, promovendo uma visão positiva e inclusiva do envelhecimento. Essa abordagem é de suma importância para o empoderamento na velhice, pois fortalece a autoestima e a autonomia das pessoas idosas.

A seguir, indicaremos dois sites para acompanhar dicas culturais, como exposições, peças de teatro, shows e outros eventos em todo o Brasil. Esses recursos são ideais para manter-se atualizado sobre as diversas opções de atividades culturais disponíveis.

Acesse: https://mapas.cultura.gov.br/

Acesse: https://catracalivre.com.br/

Sabrina Aparecida da Silva

Bacharelanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP). Estagiária na área de pesquisa em treino cognitivo pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da USP (GETCUSP) e monitora da oficina “Mentes Ativas” da USP60+.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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