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A Importância da Estimulação Olfativa para a cognição de pessoas idosas com Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer, uma das formas mais comuns de demência, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Caracterizada pelo declínio progressivo da memória e das funções cognitivas, a doença pode impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas idosas. Novas pesquisas e abordagens terapêuticas estão oferecendo melhorias nas intervenções para essa condição. Um campo promissor de estudo é a estimulação olfativa e seu potencial impacto positivo na cognição de pessoas idosas diagnosticadas com Doença de Alzheimer. Você conhece essa abordagem? Descubra a seguir alguns detalhes sobre ela.

O Papel do olfato na cognição

O olfato é um dos sentidos mais primitivos, ligado à memória e às emoções. Isso ocorre porque as vias neurais responsáveis pela percepção olfativa estão estreitamente conectadas ao sistema límbico, à região do cérebro envolvida no armazenamento de memórias e na regulação das emoções. Através de experiências olfativas, podemos evocar memórias e sentimentos, o que faz do olfato um importante aliado da estimulação cognitiva.

Benefícios da estimulação olfativa

A estimulação olfativa envolve a exposição a diferentes cheiros de forma sistemática e controlada. Em pessoas idosas com Doença de Alzheimer, essa prática pode trazer diversos benefícios, entre eles:

  1. Melhora da memória e do reconhecimento: Cheiros específicos podem ajudar a desencadear memórias e melhorar a capacidade de reconhecimento. A exposição a fragrâncias associadas a eventos significativos pode proporcionar uma conexão emocional, ajudando a pessoa a lembrar de momentos importantes de sua vida;
  2. Estimulação sensorial geral: O comprometimento das habilidades sensoriais, incluindo o olfato, é comum em pessoas diagnosticadas com Doença de Alzheimer.
  3. A estimulação olfativa: pode ajudar a manter essas habilidades e contribuir para a saúde cognitiva geral. A inclusão de aromas agradáveis pode também proporcionar uma sensação de bem-estar e conforto.
  4. Engajamento e interação: Atividades que envolvem cheiros podem ser usadas para promover o engajamento e a interação social. Isso pode ser especialmente útil em ambientes de cuidados, onde atividades que estimulam os sentidos ajudam a manter as pessoas ativas e engajadas.

Estratégias de implementação

Para incorporar a estimulação olfativa na vida de pessoas idosas diagnosticadas com Doença de Alzheimer, algumas estratégias podem ser adotadas, destacamos a seguir algumas dela:

A estimulação olfativa mostra-se uma abordagem capaz de promover estímulos cognitivos para pessoas idosas com Doença de Alzheimer. Ao explorar e utilizar os cheiros para estimular memórias e emoções, é possível melhorar a qualidade de vida e promover um maior engajamento das pessoas com a sua
própria história biográfica. Integrar a estimulação olfativa às práticas de cuidado possibilitam a ampliação de intervenções destinadas às pessoas acometidas pela Doença de Alzheimer.

Referências:

CHA, H. et al. Effects of olfactory stimulation on cognitive function and behavior problems in older adults with dementia: A systematic literature review. Geriatric Nursing, v. 42, n. 5, p. 1210-1217, 2021.

CHA, H. et al. Effect of intensive olfactory training for cognitive function in patients with dementia. Geriatrics & Gerontology International, v. 22, n. 1, p. 5-11, 2022.

Assinam este texto:

Profª Msc. Gabriela dos Santos – Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera com a condução de ensaios clínicos. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

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