O filme Procurando Dory acaba de estrear nos cinemas, e com ele, a abordagem de um incômodo para muita gente: os esquecimentos. A dificuldade de memorização afeta milhões de pessoas no mundo real, mas a boa notícia é que existem exercícios e técnicas para treinar e turbinar essa habilidade.
Segundo Geomacel Carvalho, professor do SUPERA Ginástica para o Cérebro, a maior vilã do nosso universo é a tecnologia. A comodidade que ela oferece faz com que o cérebro seja cada vez menos utilizado, muda a forma como ativamos nossa capacidade de atenção e, consequentemente, a nossa memória.
Quer um exemplo? Tente-se lembrar de três números de telefone sem consultar a agenda do celular. Difícil, não é?
Para driblar este efeito negativo do uso constante da tecnologia, a solução é praticar exercícios que estimulem nossa capacidade cognitiva.
“Para desenvolver nossa capacidade de memória, precisamos, primeiramente, melhorar a nossa capacidade de prestar atenção”, conta o especialista.
Essa capacidade pode ser desenvolvida com a ginástica cerebral, uma prática que melhora – além da memória – concentração, raciocínio, criatividade e autoestima.
No Método SUPERA, um curso dedicado ao desenvolvimento do cérebro, são usadas ferramentas como o ábaco (instrumento milenar para cálculos), jogos de tabuleiro, jogos virtuais, dinâmicas em grupo, apostilas com exercícios exclusivos e as neuróbicas (uma espécie de “atividade aeróbica para os neurônios).
2016“O cérebro é como um músculo do corpo que precisa de exercícios para ficar mais forte, por meio de desafios com níveis de dificuldades cada vez maiores para que os resultados apareçam gradativamente”, explica Geomacel.
As neuróbicas, uma das ferramentas do curso de ginástica cerebral, podem ser praticadas em casa. Quer exemplos? Escovar os dentes com a mão não dominante, comer de olhos fechados, fazer um trajeto diferente para o trabalho e contar os degraus de uma escada são atividades que estimulam o cérebro e o tiram da zona de conforto.
Para equilibrar a falta de desafios da rotina padronizada que levamos, a ginástica cerebral é o caminho mais saudável e divertido.
Técnica de memorização
Para estudar e conquistar um bom desempenho no vestibular ou em concursos públicos, uma outra opção é adotar técnicas que ajudam na memorização dos conteúdos.
Por isso, Geomacel ensina a técnica do palácio da memória. Para começar, é preciso primeiramente definir qual será o seu Palácio (uma estrutura física). Aqui fica, então, uma dica importante: escolha um local que você conheça muito bem, por exemplo, a sua própria casa.
Imagine como palácio uma casa em que você tenha a seguinte ordem dos cômodos: 1) Garagem, 2) Sala de estar, 3) Lavabo, 4) Sala de jantar, 5) Cozinha, 6) Varanda, 7) Área de serviço, 8) Banheiro, 9) Dormitório.
Apresentado o palácio, vamos ao exercício, que será feito com o objetivo de memorizar 9 itens que devem ser comprados no supermercado. Para isso, vamos colocar cada item em um cômodo de forma incomum, isto porque nosso cérebro tem facilidade para guardar informações diferentes, não habituais.
Comece imaginando que, na Garagem, sob o carro, existe uma penca de bananas, como se fosse a capa protetora do veículo. Depois, entre na sala de estar, e visualize no lugar do sofá uma estrutura de caixas de sabão em pó onde você pode se sentar. Passe pelo lavabo e faça a imagem da pia jorrando leite pela torneira. Na sala de jantar, tem um frango sentado em uma das cadeiras. No meio da cozinha existe um pé de mamão plantado. Você passa pela varanda e vê que está chovendo feijões. Na área de serviço, a máquina de lavar está batendo uma massa de pão. Ao ligar o chuveiro do banheiro, a água sai preta como café. A cama do dormitório está vermelha, cheia de molho de tomate.
Uma vez criada a imagem absurda em cada um dos cômodos, aos passear pelo Palácio, os objetos vão sendo resgatados facilmente. Esta técnica cria relações espaciais com a informação a ser memorizada.
E se houver necessidade de guardar mais do que 9 itens, basta criar mais detalhes em cada cômodo. Imagine na garagem, por exemplo, além da capa do veículo feita de penca de bananas, o portão de entrada, que pode ter vários limões pendurados.
Para as crianças e os adolescentes que precisam estudar para uma prova de História, por exemplo, em que há necessidade de guardar a ordem cronológica dos fatos, em cada cômodo do Palácio deve ser colocada uma informação. Assim, ao passear pelo Palácio, as imagens vão sendo resgatadas já de modo ordenado.
Nosso cérebro tende a ser preguiçoso, por isso, precisa ser desafiado diariamente. No Método Supera, os alunos são estimulados a exercitar o cérebro não apenas enquanto fazem as atividades do curso, mas em todas as oportunidades do dia a dia. O Palácio da Memória e outras técnicas de memorização são ensinadas aos alunos com o intuito de aprimorar a memória, manter a saúde mental e melhorar a qualidade de vida de todos.