Você já parou para pensar na quantidade de informações que recebemos todos os dias? Propagandas, comerciais e até as ‘conversas fiadas’ estão entre as informações que, por julgar desnecessárias, muitas vezes, não são retidas pela nossa memória. Mas então nosso cérebro armazena essas informações?
Acompanhe a leitura para entender quais são os tipos de memória e como elas funcionam. Neste conteúdo, você verá:
- O que é a memória?
- Como armazenamos as informações?
- Esquecer é um problema?
- 3 tipos de memória
- 5 dicas para exercitar sua memória.
O que é a memória?
A memória nada mais é que a capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações. Embora seja uma conceituação simples, o processo de memorização é complexo e envolve diversos outros fatores.
Ela não trabalha sozinha, durante o processo de memorização funções psicológicas como a motivação, atenção, aprendizado e a percepção atuam juntas. E quando queremos nos lembrar de algo são necessárias outras funções psicológicas como a função executiva e a linguagem.
Como armazenamos as informações?
O armazenamento de informações ocorre por meio da conexão entre os neurônios, essas ligações são ligadas por pontos conhecidos como sinapses. Uma vez captadas pelos nossos órgãos sensoriais, as informações são redirecionadas para diferentes partes do nosso cérebro.
Toda vez que nos lembrarmos de determinada memória será ativado um circuito neural específico que, se reforçado, tem grandes chances de fixar-se na memória.
Se você acha que os estudos e questionamentos sobre a memória são interesses recentes, está enganado. Em diferentes épocas é possível encontrar diversos estudiosos que se dedicaram a refletir e estudar o funcionamento da memória e quais os fatores responsáveis por potencializá-la.
Testes e técnicas de memorização e estimulação cognitiva já se faziam presentes na cultura grega que, por meio do uso de palavras-chave ou rimas, buscavam auxiliar a memória.
Esquecer é um problema?
Por muito tempo se pensou que o ato de esquecer continha apenas aspectos negativos. Vou te explicar:
Pesquisas recentes têm demonstrado que esse processo é também uma forma de proteção ao nosso cérebro que, na tentativa de reorganizar todas as informações recebidas, seleciona apenas as julgadas necessárias e que passaram por nossos sentidos.
Nosso cérebro é incrível e faz isso para que possamos sempre otimizar as informações e o aprendizado e com isso manter uma boa memória.
Então vamos ver quais são os tipos de memória e dicas para que você exercite a sua e consiga armazenar as informações que são realmente necessárias por meio de algumas atividades que envolvam estimulação cognitiva.
Os 3 tipos de memória
Existem diferentes tipos de classificação da memória que levam em consideração características de funções específicas. Aqui vamos apresentar 3 tipos de memória, sendo essas: memória de trabalho, sensorial e de longa duração.
- Memória de trabalho
A memória de trabalho possui características específicas, como por exemplo o fato de ser muito rápida e ter capacidade limitada (retém de 5 a 9 itens).
Com ‘muito rápida’ quero dizer que na memória de trabalho, só conseguimos nos lembrar de determinada tarefa enquanto estamos realizando-a.
Sabe quando alguém te pede para decorar certo número de telefone enquanto o carro está em movimento? São em situações como essa que utilizamos esse tipo de memória.
- Memória sensorial
A memória sensorial é aquela que nos chega por meio dos sentidos, sejam eles visuais, sonoros, olfativos, táteis ou gustativos. Possui características específicas, como por exemplo o fato de ser de curta duração, caso o estímulo não seja prontamente recuperado.
Um outro aspecto bem interessante desse tipo de memória é que ele é um fenômeno de natureza elétrica, isso quer dizer que determinada informação só está disponível enquanto os neurônios estão disparando potenciais elétricos.
Isso fica mais claro quando pensamos em situações como avistar um objeto e aquela imagem fica gravada somente em questão de segundos.
- Memória de longa duração
Esse tipo de memória é caracterizado por reter informações na memória por um longo período de tempo. Sua capacidade de guardar informações possui tempo indeterminado e devemos somente reforçar tal memória para que ela continue ativa. As memórias de longa duração são divididas em:
- Memória declarativa: que podem ser um tipo de memória episódica ou memória semântica. A memória semântica diz respeito aos nossos conhecimentos de mundo. Nesta categoria não nos lembramos de fatos específicos ocorridos em momentos específicos, mas sim fatos, como dados históricos, conhecimento da área de biologia etc. Já a memória episódica, como o próprio nome já diz, faz menção a momentos circunscritos em períodos específicos.
- Memória não declarativa: As memórias declarativas fazem parte de um conjunto de informações as quais não conseguimos oralizar, como por exemplo tocar violão ou dirigir. São atividades que, embora tenham teoria, só aprendemos ao realizá-las.
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre como funciona e quais os tipos de memória, que tal conferir algumas dicas práticas para exercitar sua memória diariamente? Confira:
- Realizar atividades mnemônicas
A técnica da cultura grega, embora antiga, funciona muito bem. Pesquisas têm demonstrado um maior desenvolvimento cognitivo por meio da prática dessa técnica, que pode ser trabalhada toda vez que você memorizar uma sequência de números, as cartas de um baralho ou até mesmo fazer palavra cruzada;
- Fazer esquemas e mapas mentais
Já foi comprovado cientificamente que nosso cérebro potencializa as capacidades de memorizar quando estimulado visualmente. Isso porque essa é uma forma integrativa de memorização que alia frase e imagens, e não sentenças soltas e descontextualizadas, fortalecendo nossa capacidade de assimilação. Uma dica boa é apostar nos ‘mapas mentais’ ou ‘brainstorming’, recursos esses que permitem organizar e estruturar as informações;
- Ter uma alimentação saudável
A ingestão de alimentos saudáveis é sem dúvida importante. Mas você sabia que certos alimentos podem ajudar a memória de maneira específica? Alimentos como brócolis, salmão, feijão são responsáveis pela melhora do nosso raciocínio, fortalecimento dos neurônios e combatem doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, por exemplo;
- Praticar exercícios físicos
Além da melhora cardiorrespiratória, prevenção de doenças, a prática regular de exercícios físicos contribui para a saúde da memória. Isso porque durante a atividade, o aumento da frequência cardíaca promove a oxigenação do cérebro, aumentando também a atividade no hipocampo, área destinada à memória.
- Ter uma vida social ativa
Viajar com os amigos, almoçar com a família ou ir ao cinema com os primos são atividades que nos deixam muito felizes. Nós seres humanos buscamos e, mais ainda, precisamos estar em convívio com a sociedade para garantir nosso bem-estar e saúde mental. Mas o convívio também é responsável por manter uma boa memória, tornando seu declínio mais lento.
Além disso, um estudo feito pela Universidade Pittsburgh (EUA) demonstrou que o convívio social é responsável por minimizar a massa cinzenta cerebral em pessoas idosas, evidenciando uma vez mais a importância da socialização em qualquer idade.