A primeira live do projeto “Despertando a sociedade para a saúde do cérebro” promovido pela Rede SUPERA pelo mês global de conscientização para o Alzheimer alcançou mais 11 mil visualizações nesta quarta – feira (02).
Neste ano o evento foi redesenhado para atender as normas sanitárias vigentes, mas contou com a mesma qualidade técnica e produção do ano anterior, oferecendo aos expectadores uma oportunidade única de entender melhor sobre o assunto, neste que é o mês de conscientização para a doença no mundo.
Ao vivo do Teatro Gazeta em São Paulo, o Diretor do SUPERA Online, Luiz Moraes, abriu o evento, falando diretamente para uma rede de alunos matriculados em mais de 400 escolas pelo país, além de especialistas, professores, cuidadores e pessoas ligadas à Saúde Mental em todo Brasil.
“Hoje nós temos milhões de pessoas que estão sendo diagnosticados com demência e Alzheimer em todo o mundo. A demência já é um problema de Saúde pública. O que nós queremos como SUPERA, dentro do nosso propósito e de outras organizações que estão conosco nesta iniciativa, é trazer informação e conteúdo. Muito mais do que simplesmente passar informação, muitos dos que estarão aqui são pesquisadores do tema. A gente espera que todos possam aproveitar muito”, iniciou o Diretor do SUPERA Online, Luiz Moraes.
Apoio – O evento contou com a chancela de entidades representativas, como a Associação Brasileira de Gerontologia, através de sua presidente Eva Bettine, que falou na abertura do evento “Temos um grande prazer em ser parceira do SUPERA nesta organização. Esperamos que todos os profissionais possam trazer informação e muito conteúdo para diminuir o estigma nas palavras e às pessoas que sofrem com o Alzheimer. As pessoas continuam tendo a sua história e nós precisamos preservar essa história”, pontuou a Mestre, fazendo referência aos milhões de doentes de Alzheimer espalhados pelo mundo.
Também estiveram com o SUPERA nesta iniciativa a Professora Doutora Thais Bento- conselheira ABG e Gerontóloga e Nanci Venâncio, presidente interina da ABJICA (Associação de EX- bolsistas do JICA – SP)“Entendemos que este evento vai instrumentalizar profissionais de saúde e cuidadores para os cuidados com a saúde mental”, pontuou.
Já Sandra Regina Gomes, Coordenadora de Políticas para a pessoa idosa – SP destacou por vídeo a iniciativa do SUPERA e a relevância da iniciativa “Vamos todos caminhar no sentido de cada vez mais pensar em como estimular o cérebro, e isso o método SUPERA tem conhecimento”
Parcerias – Os grupos Danone Nutricia e Biolab Farmaceutica também apoiaram a realização do evento “Para nós da Biolab farma é uma honra participar de iniciativas como esta, uma iniciativa que busca a conscientização e a saúde mental de milhares de brasileiros. Hoje empregamos mais de 3 mil brasileiros e durante a pandemia nós não demitimos ninguém. Nós temos que dar a nossa contribuição para a sociedade em iniciativas como esta”, declarou Régis Arthur Teixeira, Heaad Marketing da Biolab Farmacêutica.
Ao longo de nove lives até o final de setembro, a Rede SUPERA tem como principal objetivo levar informação cientifica, cotidiana, mas principalmente desmistificar estigmas em demência e Alzheimer.
Palestras – A Professora Doutora Jerusa Smid abriu o evento detalhando o entendimento científico da doença e as principais características do acometido por Alzheimer “No latim, demência quer dizer loucura e talvez isso explique muito sobre a estigmatização da doença. Esta perda cognitiva progressiva é suficiente para retirar o indivíduo das suas atividades mais simples e cotidianas. O termo demência abarca uma série de diagnósticos e o Alzheimer hoje é a principal causa de demência”, disse.
A doença de Alzheimer foi descrita em 1906 e é mais prevalente em indivíduos com mais de 65 anos, mas também acomete indivíduos mais jovens. Há então morte dos neurônios de forma progressiva em determinadas regiões do cérebro. A estimativa é que hoje existam mais de 10 milhões de pessoas com demência no mundo todo e esse número deve quadruplicar até 2050. “A estimativa é que em 2050 2 trilhões de dólares sejam gastos no mundo com pacientes com demência”, alertou a neurologista.
Um problema social – Além de invalidar parcialmente ou totalmente o doente de Alzheimer, a doença também compromete direta ou indiretamente o seu cuidador. Muitos, segundo a neurologista, apresentam também distúrbios mentais “Esse cuidador, além de sair do seu papel social também pode adoecer por conta desta nova função dele. Essa é uma doença da sociedade”, disse.
Custo econômico e social – A segunda fala foi da Professora Doutora Ceres Ferreti, que abriu uma perspectiva da gravidade do problema para as próximas décadas e como isso deve impactar a sociedade, também em suas economias. A pesquisadora apresentou alguns estudos que tentam quantificar os custos sociais e econômicos para as nações “Nós observamos que após 11 meses de início dos cuidados, os cuidadores já apresentam algum problema de saúde”, destacou.
O estudo comandado pela pesquisadora identificou detalhes importantes desta realidade “Identificamos o custo mensal de R$ 1.983,18 por paciente. O custo indireto é quase que o dobro disso. A média anual global entre as três fases da doença passa de R$ 53 mil reais, por paciente”. Ainda segundo ela, países em desenvolvimento devem receber a maior demanda global de acometidos por Alzheimer nas próximas décadas “A grande explosão de novos casos de demência deve ser em países da América Latina, e isso é muito preocupante porque já passou da hora de as sociedades se organizarem para atender com dignidade as pessoas que foram acometidas pela doença”, alertou.
Texto escrito por: Ana Lúcia Innocêncio