SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Se tornar pai muda o cérebro?

O cérebro tem a capacidade de se adaptar às experiências ao longo da vida, e tanto a maternidade quanto a paternidade são vivências intensas, que provocam mudanças fisiológicas e psicológicas. Muitas pesquisas já investigaram as milhares de mudanças que a gestação provoca nas mulheres, mas e nos homens? Será que se tornar pai muda o cérebro?

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Segundo Lívia Ciacci, mestre em Neurociências, parceira do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, estudos recentes têm demonstrado que a transição para a paternidade pode representar uma janela de neuroplasticidade significativa para mudanças adaptativas às novas situações. “Diferente das mudanças que ocorrem nos cérebros das mulheres, que iniciam na gestação, nos pais o processo inicia após o nascimento, quando as áreas da empatia criam um laço afetivo com o bebê”, conta a especialista. 

Segundo ela, em seguida, os níveis de testosterona, hormônio associado à agressividade, diminuem. Por outro lado, aumentam os níveis de prolactina e ocitocina, que favorecem estados relaxados e fortalecimento do vínculo. “Tais mudanças hormonais são acompanhadas de alterações em córtex e hipocampo, como demonstrado pelo estudo da pesquisadora Darby Saxbe, publicado em 2023 no journal of Neuroendocronology.

Lívia conta ainda que “outro trabalho publicado em 2023 mostrou que os níveis de prolactina pré-natal em pais estavam relacionados às atitudes mais positivas em relação à paternidade três meses após o parto, com menor estresse parental, maior prazer com o bebê e um estilo parental mais voltado para a sintonia”. 

“É importante destacar que tais adaptações que preparam a mente masculina para o cuidar dos filhos depende da proximidade. Quanto mais tempo os pais passam com o bebê, mais intensas serão essas transformações, mais forte será o vínculo, e melhor será a qualidade do relacionamento entre pais e filhos”, destaca Lívia.

Matheus Aragon e sua filha Maya Guimarães

Matheus Aragon e sua filha Luna Guimarães

Matheus Aragon, 33 anos, pai de Maya Guimarães Aragon e Luna Guimarães Aragon, 6 meses de idade, conta que a principal mudança que notou foi sobre a óptica de como enxerga a vida. “A partir do ponto que você tem vidas que dependem totalmente de você, as coisas mudam bastante. O mais desafiador é essa mudança brusca de rotina. E, do ponto de vista emocional, é uma montanha-russa. Na mesma proporção que é exaustivo, é extremamente recompensador ver elas se desenvolvendo, brincando e sorrindo para mim”, conta.

Sobre a responsabilidade de ser pai, Matheus afirma ser muito grande. “Eu tento levar isso de forma séria, mas leve. É importante focar nos momentos divertidos e viver um dia de cada vez”, conclui.

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