A saúde do cérebro da mulher está em pauta e no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, uma data celebrada mundialmente para fortalecer as conquistas e as constantes lutas das mulheres na sociedade o SUPERA abre espaço para falar do que mais importa: Saúde!
Apesar de tanto homem quanto mulher serem seres humanos e, portanto, terem cérebro, há alguns aspectos que diferenciam o cérebro feminino, do ponto de vista de hormônios, tendo uma relação direta com as emoções.
Segundo a neurocientista do SUPERA, Lívia Ciacci, anatomicamente falando, não há diferenças significativas entre o cérebro de homens e mulheres e que falas como “o homem é melhor em lógica e mulher é melhor em linguagem” não é verdade.
“O que muda realmente é a motivação e a expectativa que colocamos sobre as crianças e jovens. Imagine que você tem um casal de filhos. Inconscientemente, você tem expectativas diferentes sobre o tipo de desempenho deles nas tarefas. Coloca o menino na aula de xadrez e futebol, e a menina na aula de jazz e inglês. A partir deste momento, duas mentes que eram iguais em possibilidades estão sendo moldadas de formas diferentes”, exemplifica Lívia, que ainda afirma que os incentivos na infância e adolescência moldam as nossas motivações.
Para a neurocientista, o segredo outro ponto importante quando refletimos sobre a saude do cérebro da mulher é passar a mesma confiança para as meninas e meninos desde a escola, já que existem estudos que mostram que a expectativa dos professores sobre os alunos é capaz de influenciar, inclusive, o desempenho deles. “Se você consegue se ver em uma tarefa, tudo conspira para que seu desempenho seja bom. E lembre-se: tais diferenças entre os sexos está na expectativa das pessoas”, ressalta.
No entanto, mesmo não existindo diferenças anatômicas, existem algumas tendências diferentes ao usar certas habilidades, como, por exemplo, a orientação por espaço. De acordo com a neurocientista, há no cérebro dois sistemas que se completam, um que faz cálculos e projeções de direção e distância e outro que usa informações visuais do ambiente e que ambos os sexos têm os dois funcionando. “A diferença é que, os homens geralmente preferem se orientar por cálculos de direção e distância, e as mulheres tendem a usar mais os marcos visuais, como placas e fachadas de ruas.
Quando pensamos a saude do cérebro da mulher, outra propensão que, segundo Lívia, difere os gêneros é a sua relação com o sexo. Ambos apresentam diferenças comportamentais, porque apesar dos dois terem a mesma capacidade de se excitarem e sentirem prazer, algumas partes do cérebro masculino que incitam a motivação sexual são ativadas por qualquer estímulo, por mais simples que seja w já as mulheres precisam de algo mais elaborado, mais longo.
Lívia Ciacci também cita como um dos moldes que a sociedade acaba por fazer nas relações entre as habilidades masculinas e femininas, a capacidade das mulheres conseguirem alternar a atenção com mais facilidade. “É o famoso um olho no bebê e outro no trânsito. Mas essa habilidade só nos mostra que quanto mais treinamos nosso cérebro para algo, melhor ele fica. As mulheres são colocadas em contexto de alternância de atenção desde jovens, enquanto os meninos tendem a ser mais ‘poupados’ disso”, destaca.