O ChatGPT muda o cérebro? Desde o advento da mais nova tecnologia vinda da Inteligência Artificial, esta é uma dúvida recorrente de milhões de usuários deste novo recurso.
A tecnologia muda o mundo todos os dias, mas, nas últimas semanas deu um salto alcançando milhares de usuários em todo mundo que passaram a contar com o uso de Inteligência Artificial na produção de textos e imagens.
Mais famoso entre os recursos hoje disponíveis, o ChatGPT da empresa Open AI é, sem dúvida, uma novidade para os amantes de automatizações.
Na prática, o site possibilita a criação e qualquer texto depois de uma orientação inicial usando como base informações já disponíveis na rede e – algo novo –, com uma linguagem simples e natural aproximando a comunicação ainda mais dos usuários, no caso, os humanos.
Apesar de não ser relativamente nova, o uso de Inteligência Artificial para a criação de textos e imagens deu um salto significativo em 2023 e está cada vez mais popularizada entre crianças, jovens e adultos que agora contam com a máquina para produzir todo tipo de texto.
ChatGPT – risco ou oportunidade?
Enquanto profissionais de Comunicação usam o recurso para otimizar suas entregas e acelerar processos criativos a novidade, também chega para quem ainda está com o cérebro em formação, e, é aí, segundo a especialista do SUPERA, que mora o problema.
“Veja bem: estamos falando de crianças em idade escolar que ao criarem um texto, ao pensarem em uma imagem, ao inventarem uma realidade, estão criando conexões cerebrais porque é justamente disso que se trata: estar na escola é aproveitar o melhor momento do cérebro para absorver todo tipo de conteúdo e correlacionar esses conteúdos para que eles façam sentido em breve, na vida adulta. Quando as crianças começam a optar pelo caminho preguiçoso muito cedo, terceirizando a um algoritmo o trabalho de esforço mental que elas mesmas deveriam ter, temos sim um cenário de atenção para a sociedade”, alertou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
A especialista do SUPERA lembra ainda que, assim como outras tecnologias, o ChatGPT e o uso de Inteligência Artificial são um caminho sem volta.
“Nosso papel enquanto formador de opinião não é ir contra a corrente pois o ChatGPT é a nova calculadora, mas, sim, alertar sobre os prejuízos deste tipo de tecnologia para quem ainda não tem discernimento para fazer o bom uso do recurso”, justificou.
Inteligência Artificial X inteligência Humana
Embora recursos como o ChatGPT só funcionem bem com riqueza de detalhes e autoridade de quem usa a ferramenta, o recurso está completamente condicionado a informações que já estão disponíveis na rede. Além disso, a Inteligência Artificial ainda não consegue correlacionar fatos de forma clara, sobretudo as informações que envolvem a capacidade analítica do ser humano em tirar as suas próprias conclusões.
O ChatGPT muda o cérebro?
O ChatGPT pode resolver alguns problemas e acelerar a escrita, mas ele não ensina a pensar ou a como usar as informações. A especialista do SUPERA acredita que na área da educação por exemplo, ele deveria ser incorporado o mais rápido possível, já que é uma oportunidade de criar atividades mais complexas para os alunos.
Ao invés de pedir para uma turma escrever um texto sobre algo, pode-se pedir para que usem a automatização para escrever e depois fazer uma análise crítica, como por exemplo:
‘Qual item importante o ChatGPT não incluiu? A informação que ele trouxe está atualizada?’ “Ou seja, no fim das contas, o que interessa é como aprendemos a usar nosso córtex pré-frontal e as funções executivas, que continuarão sendo o diferencial humano. Análise, planejamento, motivação, foco e propósito, só nós temos e precisamos constantemente aprender e aperfeiçoar tais habilidades. Em um mundo cada vez mais automatizado, quem pensa é rei!”, avaliou.
O ChatGPT vai mudar o nosso cérebro?
Será que o O ChatGPT muda o cérebro? A resposta é: depende.
Segundo a especialista, temos que considerar outros fatores que estão atrelados ao uso desta tecnologia, como a maior pressão por produtividade, a banalização da originalidade e o não incentivo a produções autorais e criativas.
Por outro lado, se a preguiça tomar conta e a pessoa evitar o esforço cada vez mais, temos um problema.”, concluiu.