Não tem muito tempo que o consenso entre neurocientistas era de que o cérebro humano estava condenado a perder suas capacidadades com o passar do tempo e que não havia muito o que se fazer contra isso.
Mas uma série de estudos recentes realizados com a auxílio da tecnologia de imagens cerebrais, aponta para uma conclusão diferente: nossa matéria cinzenta pode se regenerar ao longo da vida, produzindo novas células ativas o tempo todo.
“O cérebro é uma floresta densa, viva e em constante desenvolvimento, com milhares e milhares de neurônios e sinapses “, disse Álvaro Fernández, fundador e presidente executivo da consultoria americana SharpBrains.
“A nova ciência da neuroplasticidade, que estuda como o cérebro muda e se adapta, revela que assim como os músculos, este órgão ou você usa ou você perde”, acrescenta.
“Quando surgem novos neurônios no cérebro, o lugar aonde eles ficarão e quanto tempo eles sobreviverão depende de como serão usados”, explica.
Fernández é coautor de um livro chamado The SharpBrains Guide to Brain Fitness (O Guia da SharpBrains para o Treinamento do Cérebro, na tradução livre), que traz conselhos específicos sobre o que você deve fazer para proteger-se da doença de Alzheimer e outras formas de degeneração cognitiva que aparecem ao longo da vida.
Por feliz coincidência, há muita relação entre o que é bom para o cérebro e o que pode impulsionar sua carreira. Confira cinco destes conselhos e pratique ginástica cerebral:
2013Aprenda algo novo sempre.
Pesquisas recentes mostram de modo concludente que quanto mais educação tem uma pessoa, menos riscos ela tem de sofrer falhas no cérebro . “As pessoas altamente estudadas tendem a ter empregos mentalmente estimulantes” diz Fernández,e isso favorece o nascimento de novos neurônios. Adquirir o hábito de aprender novas coisas ao longo da carreira também te torna mais competitivo e mais propenso à promoção, além disso, seu cérebro te agradecerá mais tarde.
Viver em outra cultura.
Em particular, aprender outro idioma. A medida que os negócios nos Estados Unidos se tornam cada vez mais bilíngues, aprender inglês seria algo inteligente, mas para uma ginástica cerebral mais intensa escolha o russo, o mandarim, o árabe , cujos alfabetos diferentes são muito mais desafidores. Se possível, faça trabalhos voluntários no exterior. “Isto faz com que seu currículo tenha um diferencial, mas o fato de você explorar e se adaptar a um lugar novo te obriga a prestar mais atenção em seu entorno”, destaca Fernández. Navegar por uma cultura desconhecida, embora seja durante pouco tempo, é como ginástica para o cérebro.
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Busque tarefas duras de treinamento.
“O objetivo é estar exposto à novidade e a maiores níveis de desafio para que a tarefa não se torne muito fácil e rotineira”, escreve Fernández. Isto significa fazer esforço e sair da sua zona de conforto. A variedade é tão importante quanto o desafio, mostram vários estudos recentes: “A especialização excesiva não é a melhor estratégia para manter a saúde cerebral a longo prazo. Portanto, um operador de telemarketing talvez possa provar uma atividade artística para estimular as células cerebrais que, em caso contrário, pouco usaría.
Mantenha o estresse sob controle.
“O excesso de estresse, independentemente de ter sido causado por eventos externos ou por seus próprios pensamentos, mata os neurônios e inibe a formação de outros novos”, destaca Fernandez. Obviamente que ninguém quer isso. O livro fala como a meditação o exercício físico e até sorrir ajuda a proteger o cérebro dos desgastes de muita pressão. Tirar férias de vez em quando também é uma forma imbatível de aiviar o estresse.
Tenha muitos amigos:
Uma rede ampla e variada de amigos não só é uma grande vantagem quando se quer mudar de trabalho (ou contratar a pessoa certa) mas também contribui para a saúde cerebral”, diz Fernández no livro. Uma nova pesquisa mostra que interagir regularmente com uma ampla gama de outras pessoas contribui tanto para um impulso a curto prazo do desempenho, como para o acúmulo de reservas cognitivas”.
Existe um número ideal de amigos? O córtex cerebral humano, ao que parece pode processar de maneira eficiente somente um número limitado de relações, e este número (conhecido pelos neurologistas como o número de Dunbar, em homenagem ao cientista que o encontrou) é de 150.
Em uma interesante nota de rodapé, Fernández destaca que, embora algunas pessoas tenham milhares de amigos no Facebook, cada usuário tem, em média, 120 amigos, o que corresponde aproximadamente ao número de Dunbar – ou seja, o número de amigos e conhecidos que a gente tem comumente na vida real”.