Dificuldades de conter sua raiva em situações de pressão e estresse no trabalho? Acalme-se. Estudo publicado recentemente pelo Journal of Neuroscience dos Estados Unidos mostrou que é possível melhorar o autocontrole emocional fazendo ginástica cerebral.
2013
Isto porque os circuitos do cérebro envolvidos no controle emocional coincidem, em grande parte, com a área do cérebro responsável pela memória de curto prazo (ou memória de trabalho). De acordo com o estudo, o que levaria anos de terapia, poderia então ser feito em meses de treinamento regular.
A memória de trabalho é aquela que nos ajuda a lembrar de uma lista de afazeres, números de telefones ou a realizar uma complexa operação matemática. E quem consegue fazer isso hoje em dia sem recorrer a papel e caneta, a um aparelho digital ou a uma calculadora? Poucos.
Coincidentemente ou não, muitos não conseguem controlar suas emoções em situações de pressão, estresse e até de euforia e felicidade. Em uma reunião de trabalho, com um chefe agressivo ou colegas competitivos, quem não tem esta habilidade pode se prejudicar. Nestas situações, determinadas áreas do cérebro trabalham muito, trocando sinais com outras áreas ligadas à memória de trabalho.
No estudo do Journal of Neuroscience, dois grupos de pessoas foram submetidos a testes de memória relacionados à necessidade de controle emocional. Depois, um dos grupos recebeu um treino de ginástica cerebral que estimulasse a memória de trabalho e o outro fez um treinamento placebo, com estímulos mínimos, insuficientes para promover melhorias.
Após 20 dias, todos foram submetidos a novos testes com ressonância magnética. Nas imagens, os pesquisadores viram que o circuito frontoparietal das pessoas treinadas trabalhou muito mais do que as pessoas que receberam o placebo.
Conclusão, o grupo que fez ginástica para o cérebro reagiu melhor a testes de controle emocional, habilidade de lidar com sentimentos negativos e transformá-los em atitudes produtivas. Nada mal para quem convive diariamente com pessoas agressivas, seja na família ou no mundo corporativo.