Há séculos os cientistas estudam e debatem o surgimento e a função dos sonhos. Até hoje, baseados em experimentos, descobriram que o sonho pode melhorar a nossa capacidade de memorização e a consolidação da aprendizagem.
Sendo assim, podemos também afirmar que o sonho exerce a função de ginástica cerebral. É o que os pesquisadores do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) concluíram. Eles fizeram uma pesquisa com 22 pessoas que gostavam de jogar Doom, jogo de videogame em que o participante controla os movimentos de um fuzileiro espacial que deve exterminar monstros e zumbis.
2013
Nesse estudo, os neurocientistas observaram que os participantes que não sonharam nada e os que sonharam muito com o jogo nas noites seguintes foram mal. Já os que sonharam um pouco com o game tiveram melhor desempenho nos dias seguintes.
Aqueles que sonhavam com o game costumavam se sair melhor, mas se a atividade onírica (o ato de sonhar) era muito intensa, tinham baixo rendimento. Os cientistas concluíram que o sonho tem relação categórica com a memória, e consequentemente, com a aprendizagem.
“Se prestarmos atenção no nosso dia a dia, quando temos um nível de estresse baixo e sonhamos moderadamente, retemos mais memória. Mas, se ficamos muito estressados e não sonhamos, o resultado é exatamente o oposto”, explica Sidarta Ribeiro, chefe do laboratório do IINN-ELS, em entrevista para a revista Mente e Cérebro.
O estudo mostra que os sonhos são uma indicação de que o cérebro adormecido está trabalhando com memórias em diferentes níveis, incluindo formas que terão um impacto direto na melhoria da execução de tarefas aprendidas.
Com isso, podemos dizer que os sonhos têm relação com a prática da ginástica cerebral. Se entre uma noite e outra de sono bom uma pessoa praticar exercício para o cérebro, ela terá bom desempenho nas atividades do dia a dia.
Não basta se dedicar em sala de aula, pois para aprender mais e obter bons resultados o cérebro precisa estar desperto: os neurônios precisam ser ativados.