O ensino fundamental é o alicerce da formação acadêmica: nesta fase, o estudante aprende as ideias básicas de português e matemática, disciplinas que serão usadas durante toda a vida.
No entanto, 70,8% dos estudantes da rede pública brasileira não sabem matemática e 60,3% não aprendem o esperado em leitura.
Foi o que revelou uma pesquisa realizada este ano pela ONG Todos pela Educação, em parceria com a Fundação Cesgranrio e os Institutos Paulo Montenegro e Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Realizado nas redes pública e privada, com alunos de oito anos de idade, o estudo aplicou uma prova em 1,2 mil escolas de 600 municípios do país.
2013Somados os resultados das duas redes, apenas 66,7% dos alunos conseguem resolver um problema com notas e moedas e fazer contas de adição e subtração. Em português, 69,9% dos estudantes têm desempenho abaixo do esperado.
O pior destas estatísticas é que a situação se agrava no ensino médio, quando os alunos estão entrando na adolescência e têm ainda mais dificuldades de se concentrar para aprender.
Segundo os organizadores do famoso Pisa, um programa internacional de avaliação, os brasileiros com 15 anos de idade ficaram em 47ª lugar em 2009, comparados com estudantes de 65 países.
Alguns pedagogos culpam a grade curricular, outros acham que o problema está nos despreparo dos professores de matemática. De uma forma ou de outra, a matéria é ainda um pesadelo para alunos, pais e professores, que não querem repetir o ano letivo. Isto é também uma preocupação das escolas, que acabaram tirando notas baixas em avaliações de ensino.
O que muitos estudos já mostram, por outro lado, é que a estimulação cognitiva ajuda a melhorar o rendimento dos estudantes, inclusive o raciocínio lógico e a agilidade para resolver problemas. Esta é, portanto, uma alternativa inovadora e de fácil aplicação para melhorar o rendimento dos estudantes.
A estimulação cognitiva, também chamada de ginástica cerebral, desenvolve as dificuldades primárias dos alunos, com desafios que envolvem as quatro operações básicas: somar, subtrair, dividir e multiplicar, além da interpretação de texto.
Afinal, a alfabetização vai além de aprender a ler. É preciso que o aluno consiga compreender a mensagem e usar esta capacidade em outras disciplinas.
A ginástica cerebral melhora habilidades que ajudam o aluno a aprender em sala de aula: atenção, capacidade de analisar, argumentar e comprovar hipóteses, selecionar estímulos no momento da aula ou de uma avaliação, por exemplo.