SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Estudantes e profissionais procuram ginástica cerebral para pensar melhor

No painel da frente da escola está a palavra “ginástica”. Mas, no lugar de esteiras, pesos, máquinas e música em alto volume, o que reina no lugar são ábacos (calculadoras primitivas) e uma série de artefatos usados para o desenvolvimento do raciocínio e da concentração.

O lugar em questão é uma academia de “ginástica cerebral”, atividade que começa a ganhar adeptos em Natal. Nessa academia, localizada no bairro do Tirol, encontramos pessoas de todas as idades e níveis escolares, incluindo profissionais liberais com carreiras em plena atividade.

A diretora da escola, Eliana Ferreira, é contadora, mas optou por trabalhar com educação. Segundo ela, a instituição segue o método criado pelo engenheiro paulista Antônio Carlos Guarini. A inspiração do criador da academia veio do próprio ambiente doméstico. “O filho de Antônio Carlos era muito inteligente, mas tinha problemas de concentração na escola. Ele tentou métodos tradicionais para suprir a deficiência, mas não funcionou. Ele terminou criando o seu próprio sistema”, conta a diretora.

2009

Ferreira destaca que o método não tem nenhuma relação com auto-ajuda e assegura que as práticas desenvolvidas são científicas. “O uso do ábaco é milenar. Há registros de que os mesopotâmicos já usavam. As outras técnicas foram desenvolvidas por áreas como neurologia, psicologia e pedagogia”, sustenta.

A médica do trabalho Maria Douraci Saraiva, de 60 anos, afirma que ficou mais disciplinada e ágil. “De um certo modo, nós, médicos, somos muito indisciplinados nos horários das refeições e de sono. O curso tem me ajudado a pôr ordem na rotina. Fiquei mais organizada nas atividades. Antes, eu queria conhecer as palavras sem aprender as letras. Agora, tenho que voltar a certos exercícios para continuar fazendo os próximos. Não dá para pular etapas. Nem nos exercícios, nem na vida”, opina. A médica diz que melhorou sua capacidade de raciocinar e até voltou a escrever, coisa que não fazia há 10 anos. “No começo, a gente se sente um pouco ‘enferrujada’, mas o pensamento fica realmente mais veloz depois. Voltei até a escrever pequenas crônicas”, finaliza.

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