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Dr. Marco Túlio Cintra: Os desafios da geriatria e da gerontologia no Brasil

Dr. Marco Túlio Cintra no estande do Supera no CBGG
Dr. Marco Túlio Cintra conversa com a jornalista Lilian Liang no estande do Supera no CBGG

O Dr. Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e da XXIV edição do Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, conversou com a jornalista Lilian Liang no estande do Supera durante o evento. 

Supera – Olá, meu nome é Lilian Liang, eu sou jornalista e eu estou aqui com o doutor Marco Tulio Cintra, que é o presidente da SBGG e presidente do CBGG 2025. 

Dr. Marco Túlio – Olá a todos, obrigado pela oportunidade dessa conversa com um assunto tão importante. 


Supera – Doutor Marco, a primeira pergunta que a gente gostaria de fazer é: como presidente da SBGG, quais os que o senhor considera os principais desafios da geriatria e da gerontologia brasileira, no sentido do envelhecimento da população e, mais especificamente, no quesito saúde da pessoa idosa? 

Dr. Marco Túlio – São vários desafios. Primeiro: nós temos um grande desafio da população envelhecer bem, ter um envelhecimento bem-sucedido e comprimir as fragilidades, as incapacidades, quer dizer, se tornar dependente para as idades mais extremas da vida, que essas pessoas tenham uma condição de viver melhor. Nesse sentido, a SBGG tem lutado, trabalhado, junto aos governantes, junto à sociedade, na necessidade de ter uma rede efetiva de assistência ao idoso, que as pessoas idosas sejam identificadas na atenção primária, quanto à fragilidade, que exista uma rede para encaminhamento desse idoso frágil, para que ele receba um correto diagnóstico que está fazendo ele ter fragilidade e melhorando o que for possível esse quadro dele, que ele tenha uma vida melhor, mais autônoma e mais independente e, com isso, melhor qualidade de vida.


 Supera – Quais são os principais destaques nesta edição? E qual a importância da participação de empresas, como o Supera, focadas na prevenção e saúde do ser humano? 

Dr. Marco Túlio – O principal foco desse congresso, não tenha dúvida, foi tecnologia. E não é por acaso. Nossas famílias estão envelhecendo, nós temos cada vez mais famílias nucleares, ou seja, pai, mãe e filho, ou famílias monoparentais, muitas vezes são mães cuidando de um filho. E, nesse sentido, nós não vamos ter o que nós temos hoje, que são famílias mais numerosas, com pessoas disponíveis para cuidar.

Esse cuidado vai ser, muitas vezes, substituído pela tecnologia. O avanço tecnológico vai permitir as pessoas envelhecerem, mesmo que elas tenham incapacidade, que elas possam, se elas quiserem, permanecer mais tempo vivendo sozinhas, com a tecnologia suprindo as necessidades e permanecendo no seu lar, se isso for o interesse delas. E isso é muito importante.

Mais que isso, o uso tecnológico vai permitir também que a gente possa estender o tempo que a pessoa com envelhecimento bem sucedido e retardar o declínio. 

Então, o avanço tecnológico é necessário, é revolucionário e vai mudar muito a qualidade de vida das pessoas idosas. Nesse sentido, o Supera atua nessa parte de retardar o período que a pessoa está com perda de autonomia. Se a gente está trabalhando com a memória e a cognição, nós estamos permitindo ter e, nesse sentido, que a pessoa fique mais tempo autônoma porque o cognitivo dela está melhor. 


Supera – E a minha última pergunta é, como o senhor vê a atuação dos profissionais de saúde no sentido de contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas que envelheceram e que vão envelhecer no país? 

dr. Marco Túlio – Quando a gente fala que as pessoas estão envelhecendo e vão envelhecer, nós não estamos falando das pessoas idosas. Nós estamos falando das crianças, nós estamos falando dos adultos.

 E aí nós estamos falando de várias questões: de gravidezes planejadas e não traumáticas. Nós estamos falando de crianças que tiveram acesso universal à creche para serem estimuladas e com acesso à alimentação de qualidade. Nós estamos falando de educação básica, com ensino integral, de qualidade, com acesso à comida de qualidade, para que esses cérebros possam se desenvolver e que o corpo também atinja o ápice de desenvolvimento.

Nós estamos falando de acesso ao ensino superior, que é uma população com maior nível de escolaridade, vai ter trabalhos cognitivos melhores. Nós estamos falando de mobilidade urbana, que a pessoa possa trabalhar, mas ter tempo de cuidar de si, ir ao médico, fazer atividade física. Nós estamos falando também de melhoria de qualidade de vida, de condições dessas pessoas.

 É um grande desafio para o país, que boa parte da população tem baixa renda, tem acesso, por exemplo, a uma boa alimentação. Alimentos processados são mais baratos do que legumes, por exemplo. Então, nós estamos falando de cuidado ao longo da vida.

E para completar, que os diagnósticos de hipertensão, diabetes e epidemia sejam feitos na casa dos 30 e 40 anos, e não aos 60, aos 70, depois de um infarto, depois de um AVC ou depois da pessoa demencial. 


Supera – A gente está falando também de preparar melhor profissionais, não só da geriatria e da gerontologia, mas preparar profissionais para olhar também para a questão do envelhecimento.

 Dr. Marco Túlio –  Envelhecimento envolve a vida toda, vive todos os ciclos de vida. A pessoa tem que ser cuidada a vida toda bem para envelhecer bem. Mesmo que a pessoa tenha uma genética muito boa para a longevidade, se ela não tem bons hábitos de vida e não tem oportunidades, não é só viver bem, ela pode viver muito, mas com muitos períodos, períodos muito grandes de incapacidade. E aí, nesse sentido, todos os profissionais de saúde têm que estar preparados para o envelhecimento e para cuidar bem do ser humano em todos os ciclos de vida dele. Aí sim, essa pessoa vai ter oportunidade e vai ter o garantido direito de ter um envelhecimento bem sucedido. 


Supera – Perfeito. Muito obrigada, Dr. Marco!

Dr. Marco
Eu te agradeço muito por a oportunidade, que é um assunto extremamente relevante.

Para conferir a entrevista completa, clique aqui.

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