A violência à pessoa idosa segue crescente mesmo com leis que protegem essa população de abusos de todo tipo. O mês de junho é dedicado a campanha de conscientização da violência contra a pessoa idosa.
A campanha Junho Violeta tem como objetivo alertar a sociedade para o combate das diversas formas de violência contra as pessoas com 60 anos ou mais. De acordo com o Estatuto da Pessoa Idosa, promulgado pela lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003, entende-se como violência qualquer tipo de ação ou omissão que cause lesão, morte, sofrimento psicológico, sexual, moral, patrimonial e econômico, podendo ocorrer em diferentes contextos, incluindo locais públicos ou privados.
Dados revelados pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (2023), apontam que a maioria das violações se dá no domicílio, ocasionado por pessoas próximas como, cônjuges, filhos, netos ou cuidadores domiciliares.
No ambiente familiar reconhecer os sinais de violência e tomar decisões para denunciar o agressor, pode ser um desafio para a vítima e a família, pois envolvem questões sociais e principalmente emocionais, por exemplo, não reconhecer a agressão, medo de retaliação, dependência, isolamento social e vergonha.
Acesse gratuitamente a cartilha de violencia contra a pessoa idosa aqui
Violência à pessoa idosa: conscientização
À medida que a expectativa de vida da população mundial vem aumentando, é de suma importância educar a sociedade a fim de promover um ambiente seguro, inclusivo e respeitoso, que valorize as particularidades da velhice e das pessoas idosas.
Além disso, profissionais que trabalham diretamente com esse público etário devem estar preparados para identificar sinais de agressão, garantindo o acolhimento da vítima e a maneira correta de informar as autoridades.
A violência contra a pessoa idosa pode ser exercida por inúmeros fatores a seguir apresentamos uma lista com os principais tipos de violência contra a pessoa idosa, conforme descrito pelo Ministério da Saúde:
- Violência Física: uso da força física para causar intencionalmente qualquer tipo de lesão corporal. Exemplos: bater, empurrar, puxar os cabelos, entre outros.
- Violência Psicológica: ações verbais ou não verbais que leve a um sofrimento emocional, por exemplo, humilhações, desprezo, ameaças, isolamento social, entre outros;
- Violência Institucional: qualquer tipo de violência exercida dentro do ambiente institucional, como hospitais e instituições de longa permanência (ILPI).
- Violência Sexual: ações que obriguem a pessoa idosa a ter atos sexuais, como beijo forçado, penetração e/ou toque não conscentidos.
- Abuso financeiro e Violência patrimonial: uso não consentido dos recursos financeiros. Tem enfoque nas perdas, danos econômicos, roubos, furtos, destruição de bens, uso indevido de cartões bancários e benefícios.
- Abandono: acontece quando uma pessoa idosa é deixada sem os cuidados adequados.
Nesse sentido, é importante destacar que a violência é uma violação dos direitos humanos, todos os indivíduos têm o direito fundamental de viver em segurança, com dignidade independente de sua idade. A prevenção e o combate são cruciais para garantir uma sociedade justa e a favor do envelhecimento.
Conheça alguns canais que podemos acionar quando presenciarmos ou necessitar denunciar algum caso de violência:
- Delegacia do Idoso;
- Defensoria Pública;
- Ministério Público;
- Disque 100;
- Conselho Municipal do Idoso;
- Centro de Referência de Assistência Social (CRAS);
- Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
Acesse gratuitamente a cartilha da OAB de orientação e combate a violência contra a pessoa idosa.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
Sabrina Aparecida da Silva
Graduanda do curso de Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Estagiária na área de pesquisa em treino cognitivo pelo instituto SUPERA- Ginástica para o Cérebro. Atuou como bolsista do projeto de pesquisa intitulado “Indicadores de Adesão à Vacinação Contra COVID-19 entre Idosos Longevos Atendidos em um Centro de Saúde Escola da USP” e da oficina “Mentes Ativas” da USP60+.