SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Como se comunicar melhor: 4 dicas para falar e ouvir mais!

Como se comunicar melhor e ter habilidades humanas são um diferencial para o século 21. Entenda como a comunicação pode impactar diretamente este processo

Quantas oportunidades você já perdeu por não conseguir expressar corretamente o que gostaria? A comunicação amplia a percepção do mundo e, consecutivamente as possibilidades de desenvolvimento.

Ao conversar com alguém, nosso primeiro impulso é direcionar o pensamento para qual será sua resposta em seguida. Livia Ciacci neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro explica que esse é um comportamento que atrapalha a paciência cognitiva de ouvir e interpretar o que a pessoa está dizendo, abrindo margem para ruídos na comunicação da mensagem.

“Como já disse Peter Drucker ‘O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito’. Então, a primeira habilidade a ser trabalhada para se tornar um bom comunicador é aprender a ouvir. Por exemplo, sabe aquela vontade maluca de completar a frase do colega? Então, o cérebro precisa usar o controle inibitório para evitar esse comportamento”, alertou a especialista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

Como se comunicar melhor: a comunicação no cérebro

A comunicação é permitida pela captação de sinais pelos nossos sentidos. O cérebro interpreta vários sinais que contribuem para a comunicação, e costumamos dividi-los entre comunicação verbal e não verbal.

A verbal é quando, por meio da associação de significado das palavras, interpretamos o que é dito ou escrito – no cérebro essas ações são diretamente vinculadas às áreas de Wernicke (que está ligada à fala) e de Broca (que está relacionada à interpretação e associação de informações, mais especificamente a compreensão da linguagem escrita e falada).

“Mas a comunicação é bem mais que isso! Na linguagem não verbal o cérebro processa todas as informações para ‘ler’ a pessoa que se comunica. Entram aqui: a postura corporal, a entonação da voz, as expressões faciais, os gestos entre outras coisas”, explicou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.

O processo de como se comunicar melhor passa também pela evolução. Essa comunicação teve muita importância para gerar vínculos entre os indivíduos. Franzir a testa e falar alto são uma postura intimidadora, sorrir e levantar as sobrancelhas são sinais de abertura, e esses códigos estão marcados em nós desde sempre.

E esse tipo de comunicação veio bem antes da comunicação oral ou escrita, por isso representa mais impacto na nossa interpretação do que as palavras que foram ditas.

“Segundo o pesquisador Albert Mehrabian, o ouvinte é impactado em 7% para a mensagem verbal, 38% para a vocal e 55% para a não verbal. A comunicação eficiente exige o uso correto de todo contexto, da imagem da pessoa até a mensagem”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.

Como o meu cérebro aprende durante a comunicação?

Ao nos esforçarmos para desenvolver qualquer habilidade comportamental estamos fazendo uso da metacognição – que é a capacidade de pensar sobre como pensamos, aprendemos e nos comportamos. 

É algo que exige atenção e esforço intencional, mas uma vez iniciado, vai promover mudanças importantes nos funcionamentos “automáticos” do cérebro.

Se existe foco da atenção para perceber a posição ao falar com líderes, por exemplo, é possível entender onde é possível melhorar e assim testar possibilidades bem como praticar aquelas que funcionaram. Assim, com o tempo, esse comportamento mais eficiente se torna o padrão é possível focar a atenção em melhorar outro item das habilidades humanas.

“Imagine o quanto de conhecimento a espécie humana já criou e registrou. Se não tivéssemos recursos de comunicação, nenhuma geração conseguiria avançar a partir do ponto de evolução que estamos”, detalhou.

A neurocientista explica ainda que, nesse sentido, existe o conceito de “plasticidade transpessoal” – abordado pelo neurocientista Roberto Lent. Plasticidade transpessoal é a capacidade de pessoas em interação social se influenciarem mutuamente e modificarem seu pensamento. 

O processo é básico para a Educação e aprimoramento das relações sociais: um cérebro que “ensina” modifica e é modificado por um cérebro que “aprende”. 

“Mas antes de tudo, precisamos estar abertos a ouvir pontos de vista diferentes dos nossos. No que tange à comunicação e aprendizagem, interagir apenas com pessoas que concordam com você não é positivo”, concluiu Livia Ciacci.

Como se comunicar melhor: Confira algumas dicas para se comunicar melhor no dia a dia

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