A quem diga, que o segredo da plenitude, não está exatamente em fazer, mas sim, em como reagimos ao que aconteceu em nossa vida. Essa é essência do SUPERA, método criado pelo empresário Antônio Carlos Perpétuo em São José dos Campos (SP) há 15 anos.
A ideia da empresa – que é pioneira em estimulação cognitiva no Brasil, surgiu depois que o empresário viveu um dos momentos mais difíceis de sua vida: a perda de sua esposa em um acidente aéreo.
Resiliente e com dois filhos, Antônio Carlos superou todas as dificuldades e empreendeu. Sua postura depois da tragédia impactou na vida de mais de 190 mil pessoas que passaram pelas mais de 350 unidades da marca ao longo dos últimos anos.
Com o mesmo espírito de resiliência e vontade de vencer, o método SUPERA conta a história da jovem Jéssica Claro, de Pindamonhangaba (SP). Engenheira por formação, aos 32 anos, Jéssica é mãe e trabalha como digital influencer. Sua postura diante de um acidente grave que sofreu em 2014 e levou a amputação de sua perna motiva milhares de pessoas a superar seus obstáculos e alcançar seus objetivos.
Confira um pouco dessa história na entrevista concedida pela palestrante ao Método SUPERA:
- Como você se define hoje?
Sou uma pessoa que precisou ter a vida revirada no avesso para se encontrar.
- Quem é Jéssica hoje?
Sou uma menina que foi jogada ao asfalto aos 26 anos de idade. No dia 10/10/2014 indo para o trabalho. Naquela época pela gravidade do acidente, poucos imaginavam que sairia com vida do hospital. Sou uma pessoa que levantou daquela cama de hospital para reconstruir sua vida com o que tinha, com o restava.
- Hoje você é uma jovem mulher mãe e amputada. Como lida com essa questão da sua limitação física diante de tudo que a vida te apresenta?
Mesmo que pareça ser uma vida difícil pela falta de uma das pernas, consegui me adaptar bem sem ela. Desafios existe para todos, independente se tem ou não uma deficiência. Ser mãe foi a minha maior realização em vida. Não me via sendo mãe antes do acidente e quando aconteceu quase dois anos após a perda da perna eu pensei. “Como vou cuidar de um filho sem perna? Fui pesquisar no Google e não encontrei nada”
- Como foi o acidente?
No dia 10/10/2014, era uma sexta feira e como de costume eu ia de moto porque a carga horária era reduzida nesse dia. O combinado era sair da empresa as 16h e encontrar Gabriel (marido) na casa de tintas. Estávamos reformando a casa.
Quando eu estava a 600 metros da empresa vim me chocar com um carro que vinha em mão contrária. Segundo a perícia ele se distraiu com um objeto como: celular, rádio… comeu faixa e me acertou precisamente. O rapaz permaneceu no local, registrou seu depoimento na delegacia, mas nunca me procurou.
Cheguei no hospital com 5% de chance vida, já em estado de choque pela quantidade de sangue perdida.
O carro, mais especificamente a lanterna, acertou meu joelho esquerdo e arrastou. Minha perna parou na altura do ombro, tiver perda total de fêmur, fratura e perda da estrutura óssea da bacia e genital e anus que também abriram junto a perna.
Os médicos explicam que as chances de vida em um quadro como esse são mínimas, e na época pediram para que minha família fosse para casa porque não tinha esperança de vida. Uma hemorragia que, se não estancasse até no domingo (12/10/2014) eu entraria em óbito, era o prazo dado por eles.
No domingo estancou a hemorragia, ninguém acreditava que aquilo tinha acontecido, me levaram de volta para o centro cirúrgico e retomaram a cirurgia que por fim deu tudo certo.
No 5º dia depois do acidente eu acordei do coma induzido, estava na UTI e lá fiquei por 15 dias. Acordei super bem mentalmente, lembrava do acidente e logo que acordei uma casa de médicos que me acompanham até hoje, vieram me dar a notícia da perda. Tenho muito carinho por eles, foram sensíveis e humanos não só comigo, mas com toda minha família. Foi aí que me falaram da possível amputação, só não confirmaram que já tinham retirado a perna.
Me vi sem a perna dias depois quando a enfermeira veio servir o lanche da tarde e disse que levantaria a cama, para que eu pudesse ficar na posição “mais sentada”. Elaborava tensa como se tivessem dado uma responsabilidade enorme. Foi aí que me vi já sem a perna, foi uma mistura de sentimentos, agradecia a Deus por não ter sentido dor alguma e queria xingar o Doutor por não ter me avisado kkkkk.
Mas depois pensando melhor entendi que seria pior ele vindo me avisar: “Olha hoje vamos retirar a sua perna, viu?” Como se existisse essa opção, a perna foi retirada na tentativa de salvar a minha vida assim que cheguei no hospital.
- Como você lidou com o acidente depois que ele aconteceu? Como foi o apoio da sua família?
Minha família se aproximou muito de mim pós acidente, éramos distantes por ter saído de casa cedo aos 19 anos. Via a minha mãe poucas vezes no mês, não por desentendimentos mais pela falta de maturidade. Trabalhava, estudava e achava que isso era tudo na vida. Minha mãe achava que não precisava ser presente porque eu nunca pedia ajuda, sempre me virava. Enfim, nos uniu muito.
- Qual foi o momento mais difícil que já viveu desde o acidente?
O dia que vi uma pessoa falecer na minha frente dentro daquela UTI, naquele momento eu prometi para mim mesma que jamais iria me entregar diante de qualquer desafio. Vi tudo, a correia dos médicos, o desespero das enfermeiras… fizeram de tudo e ele não resistiu. Até que vi o corpo sendo retirado. A gente tem mania de reclamar por nada! Choveu, reclama. Está sol, reclama. Não pode comprar o celular da moda, reclama. E por aí vai… E esquecemos que existe pessoas que só querem viver, aquele rapaz lutou muito, mas não resistiu.
- Quando começou a perceber que a sua postura diante da vida motivava outras pessoas?
Quando ainda no hospital os profissionais me parabenizavam, pela alegria, confiança, fé… Uma vez meu médico o Dr. Luiz Fernando foi de bermuda e sandália me visitar, sentou-se na poltrona e disse que em quase 40 anos de profissão não teria conhecido alguém como eu. Que fui contra a tudo que ele aprendeu durante todos esses anos, me abraçou e no outro dia voltou de jaleco e “bora pra mais uma cirurgia?” (risos) (e eu ia mais de uma vez na semana durante os 67 dias de internação)
- Como é sua atuação hoje nas redes sociais?
Ganhei notoriedade quando comecei a mostrar a maneira que vivo, forma agir e pensar. As pessoas se inspiram em muita coisa que faço.
- Existe uma história muito bonita em relação a sua gravidez que aconteceu depois do acidente. Você pode contar isso para o site?
Descobri minha gravidez logo depois de uma viagem para o RJ com uma amiga e o Gabriel onde fui assistir a paraolimpíadas. Minha menstruação estava atrasada há dois meses, mas como tinha acabado de sair de um quadro infeccioso na bacia estava com medo dessa infecção ter ido para o útero. Fiquei resistente até procurar a médica, chegando de viagem passei em consulta e como a pouco tempo tinha feito um check up de cara ela já soltou um “Você está grávida!” Falei: Dra. que diagnóstico precoce é esse? Kkk Imagina eu grávida, até parece! A infeção já tinha um coração que batia há 2 meses (risos).
- Outro ponto muito interessante é sua mobilidade e atividade física, sempre postada nas redes sociais. Como a atividade física entrou na sua vida? Você já praticava esportes antes do acidente?
Eu era banhada nos sedentarismos rs. Como disse, minha vida era trabalhar e estudar e não me importava para atividade física. Logo depois da alta hospitalar recebi a visita de um amigo que nada há mais de anos, atleta. Chegou em casa e me apresentou a natação, super me empolguei, mas como usava colostomia (intestino foi desligado e usava uma bolsa coletora na barriga, um pouco abaixo dos seios.
Por ali saia as fezes até cicatrizar as reconstruções que foram feitas no ânus) com 15 cirurgias de religamento do intestino e cirurgia plástica no local, fui nadar. O médico quase me matou (risos)! Não quis nem saber e fui, não sabia nada de natação e com 8 meses já estava indo para o meu primeiro campeonato, o Circuito Caixa onde ia representar a cidade como atleta PCD. Esse foi um dos piores momentos para mim, já estava tudo certo documentos entregue e descobrimos a infecção no quadril, estava enorme e esse era o motivo das fortes dores que sentia na época. Troquei a piscina pelo leito do hospital e mais uma vez vários tratamentos, isso durou exatos 1 ano e dois meses.
Depois disso descobri minha gestação, o Rafael nasceu e com ele a minha disposição diminuiu muito. Uma amiga me apresentou o Crossfit, treino rápido é intenso. Ótimo para uma recém parida rs. Comecei sem pretensão nenhuma e mais uma vez cresci no esporte comecei a competir dentro da categoria adaptado e em time contra pessoas sem deficiência, e foi assim que tive também a oportunidade de competir na Argentina em 2019 conquistando o 2º lugar dentro da categoria feminina membro inferior.
- Quão importante foi e é sua mente no seu processo de superação no pós acidente e hoje? Pode falar um pouco sobre isso?
Mente positiva e fé andam juntas, não seria nada sem uma delas. É como se fosse o ponto de encontro, linkando as duas dificilmente você vai se abalar com os desafios que a vida nos propõe. Falo muito sobre isso: Olhar para si e se perguntar o que eu aprendo com tudo isso, revolve muitos dos nossos problemas.
- Qual foi a principal lição que você tirou de tudo isso?
Tem um homem lá em cima sempre cuidando das coisas, e eu torço que os meus desejos sejam os mesmos do Dele, e se não for, que o Dele prevaleça.
- Como tem sido sua aproximação com o SUPERA em Pindamonhangaba (SP)? O que espera desta parceria?
Disse isso para o Rafael, nunca imaginei que um curso fosse tocar tanto em problemas que eu tratava com normalidade. É normal ser esquecida, é normal abrir a geladeira e esquecer o que foi fazer ali. É normal procrastinar nos dias de hoje, nessa era digital.
A falta de criatividade é causada pela idade. E por aí vai… Em 3 semanas de aula já me peguei tão concentrada no ábaco que não ouvi meu marido me chamando (risos).
Minhas amigas já devem estar cansadas de ouvir o tanto que falo do SUPERA.
- Quais são seus planos para o futuro?
Depois que esse período passar viajar com os meninos, voltar a palestrar presencialmente e continuar minha trajetória na internet e Crossfit.
- Neste momento de pandemia muitas pessoas estão desanimadas e com falta de perspectivas diante de tudo que está acontecendo. Você tem uma história de superação muito forte. Qual mensagem você deixa para as pessoas que precisam hoje encontrar forças para seguir em frente?
Muitas vidas se foram, e outras milhares ainda lutam pela recuperação. Estamos vendo toda essa situação, pedimos por mudança, mas nos esquecemos que a mudança que tanto procuramos pode estar na decisão que não tomamos.
Na vida sempre teremos duas opções: Vitimizar e ou encarar com fé e positividade que isso tudo veio para nós ensinar algo. Mais uma vez, lhe pergunto: O que você aprendeu ou vem aprendendo com tudo isso? Acredito que depois que esse vírus cumprir sua missão a cura vai aparecer, a vacina será 100% eficaz e sairemos dessa pandemia de uma outra forma do qual entramos. Isso tudo vai passar, como tudo passa!
Interessante, não é mesmo? Aproveite para conhecer o Método SUPERA de perto! Clique AQUI e agende uma AULA GRÁTIS.