De acordo com a psicopedagoga, a memória é uma função cognitiva essencial para a aprendizagem, a leitura, o cálculo e outras competências.
“Essas habilidades são processos cognitivos vitais, necessários a maior parte das tarefas que o ser humano deve desempenhar, entre elas, as acadêmicas”, explica Profª Lilia Maíse.
O cérebro possui múltiplos sistemas de memória, com diferentes características, que envolvem diversas redes neuronais. Este processo cognitivo mantém tudo o que foi aprendido, fixado, a partir das experiências vivenciadas ao longo da vida.
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“Para consolidar a memória, é preciso treinar aquilo que foi aprendido. Caso contrário, fica sendo apenas memória de curto prazo. Utilizar métodos lúdicos e agradáveis facilita o aprendizado, porque envolve emoção, e a emoção está diretamente ligada à formação de novas memórias e a consolidação do aprendizado”, explica a professora.
Os sentimentos regulam e estimulam a formação da memória. São eles que provocam a produção e a interação dos hormônios, intensificando a comunicação entre os neurônios e, consequentemente, fortalecendo as conexões. Isto reflete no desempenho cerebral.
Esse fenômeno é responsável pelas associações, por exemplo: uma criança é capaz de lembrar-se do processo da fotossíntese, porque o conteúdo transmitido na aula de Ciências remete à planta que é regada todos os dias em casa.
Recordar de algo que está ligado ao dia a dia também facilita o processo de aprendizado, o qual está ligado à enumeração temporal, uma das estratégias de memorização destacadas pela especialista.
Formação da memória e ginástica cerebral
Este processo é dividido em três fases, denominadas aquisição, estocagem e recuperação.
Aquisição: quando prestamos atenção, os cinco sentidos entram em ação, pois é preciso ouvir, sentir, cheirar, ver ou tocar.
Estocagem: nesta etapa, o cérebro processa as informações no hipocampo, que por sua vez envia esta mensagem para o córtex. Esta região do cérebro determina quais informações devem ser armazenadas e quais devem ser descartadas.
Recuperação: trata-se da lembrança, quando a massa cinzenta é vasculhada à procura de informações espalhadas pelo córtex.
O desempenho e a capacidade da memória são influenciados por diversos fatores, entre eles destacam-se o desenvolvimento fisiológico do cérebro, a aquisição de conhecimento, o contexto ambiental e o uso de estratégias metacognitivas (referentes ao conhecimento do próprio conhecimento. Ou seja, implica em desenvolver a capacidade de avaliação, organização e regulação do conhecimento adquirido).
Melhorar a capacidade de memorização é um dos objetivos da ginástica cerebral, prática cada vez mais comum entre pessoas que buscam manter o cérebro ativo e saudável.
Aprovada por neurocientistas, psicólogos e pedagogos, a ginástica cerebral ganha cada vez mais espaço em pesquisas científicas. Diversas teorias sobre seus benefícios tanto para o corpo, quanto para o cérebro foram comprovados e continuam sendo um dos principais temas discutidos em importantes congressos internacionais.