Com transmissão ao vivo para o todo o Brasil, o Método SUPERA – Ginástica para o cérebro realizou na última quarta – feira (22) a 3ª edição do evento “Despertando a sociedade para a saúde do cérebro”. O evento foi realizado no Teatro Gazeta em São Paulo e contou com a presença de seis especialistas em envelhecimento, neurologia, gerontologia, além da atriz e embaixadora do Método SUPERA a atriz e dramaturga Beth Goulart e a jornalista Silvia Haidar do jornal Folha de São Paulo.
Depois de um evento 100% online realizado em 2020, o evento retomou a presença do público, ainda que de forma tímida, sobretudo alunos e convidados da capital paulista.
O evento começou com uma emocionante performance de dançarinos que tratou sobre o Alzheimer e as demências e na sequência a palestra. “Entendendo a demência e a doença de Alzheimer: Panorama Global de pesquisas, tratamento e prevenção. Falaram sobre o assunto os médicos Dra. Jerusa Smid, neurologista da FMUSP e Dr. Paulo Henrique Ferreira Bertolucci – neurologista da Unifesp.
Por volta de 16h o médico Dr. Raphael Spera, neurologista da HC-FMUSP falou sobre o tema COVID19: um fator de risco para o desenvolvimento de demência? O tema também foi abordado de forma remota e brilhante pela médica Dra. Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR, que mesmo a distância trouxe clareza e novas informações sobre o assunto.
As 17h a gerontóloga e parceira do SUPERA Dra. Thaís Bento, da EACH-USP e do HCFMUSP falou na palestra Saúde Mental: Mobilização da sociedade, envolvimento familiar e cuidadores – dicas e relatos. A fala da especialista foi somada a da atriz e dramaturga Beth Goulart, embaixadora do SUPERA e Silvia Pacheco Haidar, do Blog Saúde Mental e Gatices da Folha de São Paulo;
O encerramento aconteceu as 18h com um lindo show musical que emocionou os presentes. Dona Aparecida de Lourdes Masquetti Leite, 71 anos aposentada é aluna do SUPERA e foi uma das mais animadas, chegando até a subir no palco e acompanhar o cantor no final do evento “Eu gostei demais do evento! Que pena que é uma vez por ano se fosse toda semana que viria toda semana superou muito as minhas expectativas. Recebi muitas informações importantes”, disse.
Paulo Henrique Ferreira Bertolucci – neurologista da Unifesp, antes de palestrar conversou com a equipe do SUPERA e destacou, entre outros pontos, a importância do treino cognitivo. “Você pode treinar uma pessoa para treinar nomes e ela melhora, mas não significa que ela vai lembrar melhor recados. A primeira coisa é observar como essa pessoa era antes do treino cognitivo e identificar o que ela espera disso. Se o treino for muito fácil não vai haver interesse, se for muito difícil a pessoa não vai conseguir fazer”, lembrou.
Dr. Raphael Spera, neurologista da HC-FMUSP que falou ao lado de Dra. Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR destacou a importância da iniciativa. “Eu acho que este tipo de evento é uma iniciativa imprescindível porque a saúde do cérebro está muito em alta e a conscientização da população é fundamental para que a gente possa mitigar e minimizar os riscos de evolução deste tipo de doença, principalmente em uma população que tem envelhecido como a população brasileira. O nível de informação sobre a doença ainda é aquém do ideal mas é algo que vem aumentando nos últimos anos até mesmo com a inclusão do assuntos em filmes, o que ajuda na propagação da forma correta”, avaliou o médico que completou “Eu entendo que o princípio do SUPERA que envolve novidade, variedade e grau de desafio crescente é importante por dois motivos: estamos em uma fase de pandemia onde os idosos estão tendo menor estimulo para estimular o cérebro e o método quando aumenta o grau de dificuldade são novas formas de aprendizado então isso do ponto de vista de saúde cerebral é o ideal”.
O neurologista lembrou ainda bons exemplos de figuras notórias que usufruíram um processo de envelhecimento saudável. “Temos alguns exemplos históricos de pessoas que tiveram uma vida ativa e envelheceram com uma reserva cognitiva muito interessante como o arquiteto Oscar Niemayer que fazia projeto até próximo de 90 anos, o ex – presidente Fernando Henrique Cardoso que está com 90 anos e com a cabeça muito ativa. Então a pessoa que se manteve ativa ao longo da vida, que manteve uma alta escolaridade ao longo da vida, o risco de ela chegar bem neste processo de envelhecimento no aspecto de inteligência e capacidades cognitivas é muito alto”
Barbara Perpétuo, vice-presidente do SUPERA destacou a importância de retomar o evento de forma híbrida, já contando com a participação de público no Teatro Gazeta. “Com muita alegria a gente retoma aos poucos, com esse evento híbrido. Em 2019 lotamos o Teatro Gazeta. Esse ano ainda não convidamos todas as pessoas que gostaríamos para o presencial, porém, apenas de ver algumas pessoas aqui conosco já nos alegra muito porque em 2020 fizemos o evento sem ninguém aqui. Este evento reforçou que tanto no físico como no digital nós conseguimos trazer muita informação atingindo muitas pessoas. Com esses painéis nós conseguimos abrir o diálogo sobretudo para a prevenção. Temos muito orgulho desse evento que conta com o apoio dos nossos patrocinados que pensam como a gente e acreditam no poder dessa informação. O SUPERA tem como missão transformar vidas e uma forma que a gente entende isso é através da informação e do conhecimento”, disse.
Participando pela primeira vez do evento, a jornalista Silvia Pacheco Haidar, do Blog Saúde Mental e Gatices da Folha de São Paulo agradeceu o convite e lembrou a importância de amplificar as informações sobre demências. “Eu acho uma iniciativa muito legal, meus pais são idosos e já mostram alguns sinais de esquecimento sem diagnóstico. Minha avó teve Alzheimer e a gente sabe que é muito importante para a família dar o suporte, mesmo que a pessoa não saiba mais lidar com tudo isso, buscar sempre manter a identidade deste idoso” disse.
Fechando o evento, a atriz, dramaturga e embaixadora do SUPERA, Beth Goulart lembrou a importância do carinho dentro do processo de cuidado. “É importante que as pessoas entendam a importância de cuidar da saúde do cérebro e entender os processos de demência. A informação é instrumento que nos auxilia a enfrentar todo um processo
É importante saber como lidar com isso, todos os atendimentos médicos, mas também afetivos, os amorosos, e isso tema a ver com relação humana com a importância do afeto que damos a pessoas tão queridas mesmo em um processo de doença”.
Após o falecimento da mãe, em dezembro a atriz assumiu pelo terceiro ano consecutivo sua parceria com a marca. “Fico muito feliz em estar mais um ano com o SUPERA, embora agora sozinha, mas carregando toda a força, legado, espiritualidade e generosidade de minha mãe. Espero que as pessoas possam ver um pouco de minha mãe e de meu pai em mim”, disse.
Mesmo com a pandemia a atriz segue aluna fiel ao método SUPERA na unidade Recreio no Rio de Janeiro, onde faz aulas toda semana “Eu estou fazendo minhas aulas toda semana e faço o meu dever de casa, com os exercícios online, que são muito divertidos e eficientes, então sejam bons alunos porque eu sou boa aluna”, brincou a atriz.