Portador de síndrome de Down, ele é um exemplo de garra e determinação. Sua mãe, Tânia Rocha, que é psicóloga, conta que desde a infância a família sempre estimulou o pequeno Matheus a dar os próprios passos.
“Sempre respeitamos a vontade do Matheus. Para nós, o que mais importa é que ele se sinta bem na atividade em que estiver fazendo, independente de qual seja. Colocamos em primeiro lugar sua independência e liberdade de escolha”, diz a mãe.
Por opção, Matheus cursou até o ensino fundamental, mas não parou de estudar. Fez cursos profissionalizantes como Photoshop, informática, etc. Hoje, aos 23 anos, ele segue uma rotina atribulada de atividades.
2015Durante o dia, ele trabalha com o pai na área de logística no município de Farroupilha (RS). Ao chegar em Caxias, já no fim da tarde, divide os dias da semana entre as aulas de natação, tekwondo, dança e os exercícios para o cérebro do SUPERA, curso que frequenta há pouco mais de um ano e meio.
“Gosto muito das dinâmicas e das pessoas do SUPERA. Eles me fazem muito bem”, conta Matheus.
Para a mãe, ter o contato com outros adultos durante as aulas de exercícios para o cérebro, proporciona um amadurecimento imensurável.
“No SUPERA, ele consegue perceber que existem outras pessoas que também enfrentam desafios, assim como ele. O prazer de ir ao SUPERA é de ser reconhecido, pois os outros alunos vibram quando ele consegue finalizar uma atividade, ou quando está em fase de competição. Isso é muito gratificante tanto para ele, quanto para nós”, conta Tânia.
Sua educadora no SUPERA, Claudia Roglio, conta que por onde passa, Matheus transborda alegria e entusiasmo. “Ele cumprimenta todos da escola, é muito carinhoso e dedicado nas atividades”.
Mesmo em casa, Matheus não deixa de treinar o cérebro. Escovar os dentes no escuro ou com a outra mão e dispor os talheres na mesa de um jeito diferente são alguns dos exercícios para o cérebro praticados por ele no dia a dia.
Tânia conta que ela e o marido perceberam que cada vez que Matheus organizava a mesa, ela estava de um jeito diferente. Ao questioná-lo, Matheus revela: “Lá no SUPERA, eu aprendi que a gente deve fazer as mesmas coisas de um jeito diferente”, diz.
Os treinos de tekwondo também não param. Após a classificação em primeiro lugar no Pan-Americano, o objetivo agora é conquistar o campeonato mundial que vai acontecer em Litlle Rocks, nos Estados Unidos em 2016.
Orgulhosa por mais esta conquista, Tânia sente que o filho se torna cada vez mais independente e, dessa forma, afasta o preconceito.
“Como mãe, nossa tendência é proteger o filho de tudo. Mas o que mais ajudou o Matheus e se desenvolver foi principalmente essa liberdade de escolha e deixá-lo fazer as atividades sozinho. Nas aulas de tekwondo, por exemplo, os próprios professores o preparam para um resultado inesperado nas competições e que suas vitórias vêm do próprio esforço e não porque ele é portador de síndrome de Down”, conta.
A expectativa agora é o lançamento do próximo prato, onde servirá dois tipos de massa e a competição em 2016. Torcemos por você, Matheus!
Por Bárbara Rocha, Comunicação SUPERA