Em 2014, mais de 15,5 mil idosos se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O número de inscritos com mais de 60 anos cresce anualmente. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2013 esses inscritos somaram 10,9 mil.
Isso significa que é cada vez maior o número de idosos que ingressam nas universidades brasileiras. Alguns realizam o sonho de fazer a segunda graduação em uma área que sempre lhes despertou interesse, outros alcançam a meta de aprender a ler e escrever.
2015Para a neurocientista e consultora do SUPERA, Dra. Carla Tieppo, estudar nessa fase da vida causa impactos positivos no cérebro.
“O maior impacto é o bem-estar socioemocional, em que o indivíduo se permite criar novas associações. Continuar aprendendo na terceira idade também pode reduzir a ansiedade e aprimorar a atenção. Sendo que esta habilidade é a porta de entrada para a memória”, afirma a neurocientista.
Com maior expectativa e qualidade de vida, os idosos têm não só estudado mais, mas também viajado mais, comprado e ocupado espaços públicos e virtuais.
Confira a seguir, três motivos para voltar à sala de aula:
Aposentadoria como oportunidade: aposentadoria não é sinal de parar no tempo, ficar em casa ou pensar que a produtividade acabou. Pelo contrário. A partir de agora, o tempo que antes era dedicado à jornada de trabalho pode ser aplicado aos livros didáticos. Você pode começar a aprender um idioma, iniciar um curso de graduação que sempre sonhou ou escolher um curso completamente diferente daquilo que você imaginava!
Sociabilidade: adquirir novos conhecimentos, compartilhar experiências com outros alunos e fazer novas amizades. O contato com outras pessoas fora do círculo familiar e até mesmo com estudantes mais jovens, possibilita a conectividade com a contemporaneidade e a manutenção dos papéis sociais, tais como o exercício da cidadania, a autonomia e permite o acesso a uma sociedade dinâmica e complexa.
Mente ativa: o exercício da leitura e, consequentemente, do aprendizado, funciona como uma ginástica cerebral. Ser constantemente desafiado (memorizar novos conteúdos, praticar a escrita e a concentração durante as aulas) faz com que o cérebro seja estimulado e melhore suas funções. A ginástica cerebral é conhecida como uma prática para que os idosos possam se manter mentalmente saudáveis e, também, como forma de retardar os sintomas de doenças degenerativas, como o Alzheimer. Pratique ginástica cerebral e garanta um cérebro ágil e uma vida feliz.
Os idosos são hoje no país 26,3 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 13% da população. A expectativa é que esse percentual aumente e que em 2060 chegue a 34%, segundo previsão do próprio IBGE.