O Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Pessoas Idosas, comemorado em 24 de junho, tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção de quedas entre a população idosa. As quedas são uma das principais causas de lesões, hospitalizações e mortes em idosos, tornando-se um problema de saúde pública significativo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), registrou em 2023 um milhão de fraturas de fêmur de idosos no mundo, sendo 600 mil somente no Brasil. Dessas, 90% são causadas por quedas.
Conforme o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado em uma amostra representativa da população idosa residente em áreas urbanas, a prevalência de quedas no Brasil foi de 25%. A pesquisa demonstrou também que os fatores associados às quedas são multidimensionais, destacando sexo feminino, faixa etária igual ou superior a 75 anos, medo de cair devido a defeitos nos passeios, medo de atravessar a rua, artrite ou reumatismo, diabetes e depressão.
Nesse contexto, as quedas em idosos são frequentemente causadas por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos. Fatores intrínsecos incluem diminuição da força muscular, alterações na visão e audição, problemas de equilíbrio, doenças crônicas (como hipertensão, diabetes e osteoporose) e uso de múltiplos medicamentos. Fatores extrínsecos estão relacionados ao ambiente, como pisos escorregadios, iluminação inadequada, tapetes soltos e falta de barras de apoio.
Dicas de prevenção de quedas
Para prevenir a ocorrência de quedas, seguem algumas recomendações importantes:
- Manter a atividade física: Fazer regularmente caminhada, musculação, e exercícios que contribuem para a melhora do equilíbrio e resistência;
- Revisão médica regular: Se consultar periodicamente com profissionais de saúde;
- Adaptação do ambiente domiciliar: Remover tapetes soltos, instalar barras de apoio em banheiros e corredores, garantir uma boa iluminação, especialmente à noite, e usar calçados adequados;
- Uso de auxílios de mobilidade: Se necessário, utilizar bengalas ou andadores pode oferecer suporte adicional e melhorar a estabilidade.
Cuidados no domicílio
Para garantir a segurança dos idosos no domicílio, algumas medidas são essenciais:
- Banheiro: Instalar barras de apoio próximas ao vaso sanitário e no chuveiro, usar tapetes antiderrapantes e um assento elevado para o vaso sanitário;
- Quarto: Manter uma luz noturna ao lado da cama, manter objetos de uso frequente ao alcance e evitar móveis desnecessários que possam causar tropeços;
- Sala e cozinha: Organizar os móveis de forma a criar caminhos largos e livres de obstáculos, manter os objetos frequentemente usados em prateleiras acessíveis e utilizar cadeiras firmes com braços.
Nessa perspectiva, a combinação de conscientização, intervenções de saúde, adaptações no ambiente doméstico e a promoção de hábitos de vida saudáveis é muito importante para minimizar as ocorrências de quedas e suas consequências na população idosa.
Consulte a Cartilha de Prevenção de Quedas em Casa e o Manual de Prevenção de Quedas para Idosos.
Referências
LIMA-COSTA, Maria Fernanda. Envelhecimento e saúde coletiva: estudo longitudinal da saúde dos idosos brasileiros (ELSI-Brasil). Revista de Saúde Pública, v. 52, p. 2s, 2018.
MAIA, Juliana Cunha et al. Gerontecnologia interativa para prevenção de quedas em pessoas idosas: estudo descritivo. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 76, p. e20220739, 2023.
TISSOT, Juliana Tasca; VERGARA, Lizandra Garcia Lupi. Estratégias para prevenção de quedas no ambiente de moradia da pessoa idosa com foco no aging in place. Ambiente Construído, v. 23, p. 25-37, 2023.
Diana dos Santos Bacelar
Bacharel em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente atua na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro e na área de treino e estimulação cognitiva para pessoas idosas, com enfoque em neurologia cognitiva. Já foi bolsista PUB da USP 60+ EACH-USP, nas oficinas de letramento digital.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Supera, na condução de um ensaio clínico em parceria com o curso de Gerontologia da EACH-USP e o Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (GNCC-HCFMUSP).