Neurocientista explica importância dos exercícios para o cérebro

Publicado em: 10/06/2016 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Saúde Mental

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

É muito provável que você já tenha ouvido falar em pílulas da inteligência, remédios para turbinar o cérebro, exercícios cerebrais ou ginástica cerebral. Neste texto, vamos discutir um pouco o que faz sentido e o que não tem nenhum embasamento científico com relação ao desenvolvimento cognitivo.

É fácil entender porque queremos melhorar nossa produtividade. Atualmente, a competitividade é enorme e os ganhos financeiros estão, na maioria das vezes, atrelados ao sucesso que podemos obter em concursos, vestibulares ou com o empreendedorismo.

Mesmo quando pensamos em construir novas possibilidades para encontrarmos nossa satisfação pessoal, somos dependentes da nossa produtividade.

O que queremos melhorar? Nossa atenção, concentração, memória, criatividade, organização e capacidade de aprender? Será que essas características são definidas pela nossa genética ou existem maneiras de melhorá-las ao longo da vida?

Bom, vamos tentar entender isso melhor. Nosso cérebro é um órgão muito impressionante. Me dedico a estudá-lo há mais de 20 anos e ainda me surpreendo cotidianamente com as novas descobertas que fazemos a respeito do seu funcionamento.

Uma das descobertas mais incríveis revelou que algumas funções primordiais do cérebro podem ser melhoradas e treinadas. Quero ressaltar os estudos sobre três dessas funções que estão modificando até mesmo nossa forma de pensar sobre a educação infantil: atenção, concentração e memória operacional.

Em especial, essas funções respondem muito bem quando são devidamente estimuladas. E os resultados são bastante expressivos quando, por alguma razão, o desenvolvimento dessas funções não ocorre adequadamente durante a infância.

Assim, temos medicações e abordagens técnicas muito eficientes para tratar indivíduos que manifestam distúrbios nessas funções. Um bom exemplo é o tratamento medicamentoso do TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade que tem resultados ainda mais expressivos quando somado a estratégias terapêuticas neuropsicológicas ou psicopedagógicas especificamente desenvolvidas para esse fim.

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Mas, e as pessoas que não têm um diagnóstico de disfunção cognitiva mas querem melhorar sua performance cognitiva? Nesse ponto, a comunidade científica vive uma controvérsia.

É comum que essas controvérsias existam quando o assunto pesquisado é novo e possui tantas variáveis. Mas, já não temos dúvidas de que é possível treinar o cérebro para desenvolvê-lo na sua potencialidade máxima.

A grande controvérsia em questão é definir quais estratégias são mais eficientes para desenvolver o máximo dessa potencialidade. E isso nada tem a ver com o fato de usarmos um pequeno percentual do nosso cérebro, ao contrário do que lemos e ouvimos por aí.

Na verdade, sempre usamos todo potencial cerebral, mas é possível ampliar seus recursos se desenvolvermos mais conexões neurais e torná-las mais acessíveis.

Quanto mais desenvolvermos novos circuitos cerebrais e construirmos novos caminhos nas conexões entre os neurônios, mais recursos teremos para resolver novos desafios.

Então, como podemos saber quais são as estratégias que funcionam para promover o desenvolvimento cognitivo de maneira saudável?

Podemos partir do seguinte pressuposto: não vamos encontrar uma pílula milagrosa. Na verdade, já sabemos como podemos estimular o funcionamento cerebral farmacologicamente, mas estimular o hiper funcionamento cerebral implica em desgaste do sistema nervoso e muitos efeitos colaterais.

Sabemos qual é o resultado de uma tarde inteira debruçado em livros. Forçamos nosso cérebro em manter-se concentrado e, no final da tarde, parece que fomos atropelados por um caminhão. Não processamos mais nenhuma informação. E isso só será possível se você tiver algum treino em estudar por longas horas. Caso não seja treinado para fazer isso, você não vai suportar essa atividade por muito tempo.

Um efeito semelhante vai acontecer se você, artificialmente, manter seu cérebro em funcionamento. E veja, medicamentos estão incluídos nessa categoria de estimulação artificial.

Você até pode “funcionar” melhor, mas ficará esgotado ao final e os efeitos colaterais podem incluir até dependência química.

Assim, o caminho da medicação não é interessante, a não ser que não haja uma outra saída, como no caso das disfunções cognitivas, devidamente monitoradas por um médico especialista.

Mas acalme-se: caso um cientista descubra um medicamento capaz de estimular a inteligência humana sem produzir efeitos colaterais, você será rapidamente informado. Não acredite se disserem que descobriram a “pílula da inteligência”, e divulgarem num site desconhecido na internet como se fosse um milagre que poucos conhecem.

Os melhores resultados para estimular a performance cognitiva das pessoas estão sendo produzidos em ótimas universidades em todo o mundo que desenvolvem estratégias focadas em estimular adequadamente as pessoas a se dedicarem a usar seus cérebros com muita qualidade.

E esses estudos têm mostrado que fazer exercícios para o cérebro, ou ginástica cerebral funciona sim.

Se pensarmos no funcionamento cerebral, vamos perceber que a melhor forma de conseguirmos treinar as funções cerebrais é ir aumentando gradativamente o tempo de treino com motivação para fazê-lo. Propor desafios com grau de dificuldade crescente e acompanhados de um bom mediador que o estimule a continuar, mesmo quando parece impossível prosseguir.

Além disso, é fundamental que as atividades neste treino sejam variadas o suficiente para que possam incrementar seu desempenho em muitos campos diferentes da sua cognição.

Na verdade, o que seria incrível é que a educação das crianças e dos adolescentes fosse capaz de alcançar esse desempenho, mas isso nem sempre acontece.

Nesse caso, pode ser bem interessante lançarmos mão de escolas especializadas que trabalham focadas no desenvolvimento cerebral a partir de exercícios para o cérebro.

Mas é importante ressaltar que a presença de um mediador, que mantenha a motivação dos alunos em alta é imprescindível, uma vez que é muito difícil ir além quando nos defrontamos com dificuldades adicionais.

Assim, vale a pena fazer exercícios para nossa memória, orientação espacial, raciocínio lógico e criatividade, e usar tempos crescentes de desafio para treinar o foco e a concentração que não podem atingir a máxima de sua potencialidade de uma hora para outra.

Adultos e idosos podem se beneficiar desse treinamento cerebral. Para adultos, o desafio deve ser compatível com a capacidade cognitiva já desenvolvida, e pode ir crescendo até que os problemas resolvidos sejam de grande complexidade.

Já para a terceira idade, o principal objetivo é retardar a perda cognitiva que ocorre naturalmente com o envelhecimento.

Ainda estamos desenvolvendo e testando estas estratégias mas já sabemos de algumas coisas que funcionam para valer. A grande controvérsia está em saber quais estratégias são mais adequadas.

Estudos em todas as partes do mundo mostram que as estratégias que focam o desenvolvimento da memória operacional já demonstraram melhoras significativas em testes de inteligência. Também foi possível melhorar a atenção e a concentração através de estratégias desenhadas diretamente para essa finalidade.

Contudo, é importante ressaltar que os exercícios para o cérebro não vão produzir super heróis cognitivos. Eles permitem que o melhor da sua performance cognitiva possa ser alcançado.

Por Dra. Carla Tieppo

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