Por que choramos de felicidade?
Quando alguma coisa realmente boa acontece, é muito difícil conter as lágrimas de alegria. As situações que provocam o choro de felicidade variam muito: os pais assistindo à graduação do filho, um casal que se encontra depois de um tempo distantes ou um atleta que acaba de vencer uma competição. Mas por que chorar quando a expectativa é sorrir? Há uma explicação científica para as lágrimas de alegria.
De acordo com a cientista Oriana Aragon, chorar depois de uma experiência de intensa emoção positiva permite recuperar o equilíbrio emocional. A cientista e sua equipe da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, realizaram um experimento para comprovar a teoria.
A fim de verificar a hipótese, os cientistas pediram que os voluntários do estudo vissem uma série de fotos de bebês, sendo que alguns deles caracterizavam-se por ter traços mais infantis do que outros (rosto mais redondo e os olhos maiores). As reações dos participantes foram analisadas e comparadas.
Aparentemente, os participantes mostraram a necessidade de proteger e cuidar desses bebês. Ao mesmo tempo, expressaram a vontade de apertar suas bochechas e “mordê-los”.
Para os pesquisadores, essa expressão “dimorfa” (que pode tomar duas formas diferentes), em que um evento positivo está associado a uma reação emocional negativa, permite que fortes emoções positivas sejam regulamentadas, a fim de recuperar o equilíbrio emocional de forma mais rápida. Na verdade, eles descobriram que as pessoas que demonstraram esse tipo de expressão também apresentaram uma diminuição na emoção positiva cinco minutos depois de ver as imagens.
Esse tipo de comportamento também poderia explicar situações como “riso nervoso”, onde uma emoção negativa leva a sorrir ou rir.
As emoções e o cérebro
Para a neurociência, é no cérebro que a emoção começa. Na verdade, a emoção é muito importante para a manutenção da memória, pois indica os medos e os desejos.
Todavia, um estudo publicado no Journal of Neuroscience mostrou que é possível aprender a controlar as emoções em determinadas situações, como por exemplo, conter a raiva e o estresse no trabalho com treinamento cerebral.
Dois grupos de pessoas foram submetidos a testes de memória relacionados à necessidade de controle emocional. Depois, um dos grupos recebeu um treino de ginástica cerebral que estimulasse a memória de trabalho e o outro fez um treinamento placebo, com estímulos mínimos, insuficientes para promover melhorias.
Após 20 dias, todos foram submetidos a novos testes com ressonância magnética. Nas imagens, os pesquisadores viram que o circuito frontoparietal das pessoas treinadas trabalhou muito mais do que as pessoas que receberam o placebo.
Conclusão, o grupo que fez ginástica para o cérebro reagiu melhor a testes de controle emocional, habilidade de lidar com sentimentos negativos e transformá-los em atitudes produtivas. Nada mal para quem convive diariamente com pessoas agressivas, seja na família ou no mundo corporativo.
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