Decisões imorais no cérebro estão ligadas à corrupção
Você já identificou alguma situação de corrupção ao seu redor? Se a sua resposta for sim, provavelmente você já pensou nos fatores externos que levam uma pessoa a cometer um ato imoral. Mas você sabia que tais decisões também passam pelo cérebro? Entenda como isso acontece.
A corrupção acontece devido à importância (ou não) que se dá às normas sociais e o risco de ser pego. Outras variáveis podem influenciar na decisão, mas de certa forma todas estarão atreladas a esses dois fatores.
Quanto mais se consideram os valores da sociedade, menos a chance de violá-los. Tais tomadas de decisões morais dependem, principalmente, do componente emocional.
Para o pesquisador Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, dos EUA, a ausência moral do corrupto é similar àquelas apresentadas a psicopatia. O cérebro dos psicopatas funciona de forma diferente do das outras pessoas.
Frieza, baixa reação emocional e ausência de medo devem-se a um menos funcionamento das estruturas cerebrais chamadas amígdalas (responsáveis por captar sinais de perigo, de ameaças, e disparam reações físicas automáticas, como aceleração do coração e da sudorese, reações que psicopatas não apresentam).
Mas tais reações não se devem apenas ao que vemos e ouvimos, mas também à forma como interpretamos as situações com base em situações, memórias e raciocínio, que ocorre no córtex pré-frontal ventromedial. É nessa região onde os aspectos emocionais e racionais são calculados e a decisão é tomada.
Pacientes que sofrem lesões neurológicas nessa área mudam seu comportamento e tornam-se mais indiferentes aos outros, egoístas, decidindo de forma mais imediatista e irresponsável – não por acaso, tal condição é por vezes chamada de “psicopatia adquirida”.
Se você já deixou de fazer o que queria é por conta desses “freios emocionais”. Seja trapacear um amigo, sentir vontade de avançar no “pescoço” de alguém, prejudicar alguém por conta de uma promoção no trabalho ou até mesmo pegar da geladeira o último pedaço de pudim.
Nessas situações, você imagina que as pessoas afetadas irão se prejudicar, ou até mesmo sofrer, o que faz repensar. E o medo de ser pego também freia tais ações. Esses dois breques comportamentais faltam absolutamente nos psicopatas e parcialmente nos corruptos. Como a corrupção é sempre lesiva para alguém, para se corromper a pessoa tem que superar os sentimentos negativos que seu ato gera, além de passar por cima do medo.
Claro que nem todo corrupto tem o diagnóstico de psicopatia (a maioria não deve ter). Mas fica evidente que corromper-se é, em alguma medida, pensar como um psicopata.
Ginástica cerebral para decidir
Se, de certa forma, a memória e o raciocínio estão relacionadas à tomada de decisão, está na hora de repensar se o seu cérebro está preparado para a sobrecarga que tal atitude exige.
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