Um cérebro recheado de memórias

Publicado em: 31/07/2015 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

O que são nossas memórias? Qual o significado delas na construção de um ser? Somos mais do que nossas memórias são capazes de guardar? Estas perguntas são bem interessantes e geralmente desencadeiam discussões bem acaloradas.

É justamente neste ponto que a abordagem da neurociência é bem diferente da abordagem mais comumente usada. Para quem estuda o cérebro e seu funcionamento, o conceito de memória é muito amplo. É tão amplo que ouvimos com frequência a afirmação “somos nossas memórias”. Será que é bem assim?

Em neurociência, quando estudamos as estruturas cerebrais e seu funcionamento, chamamos de memória toda informação que pode ser armazenada nos circuitos neurais e influenciar o funcionamento do cérebro depois de ter sido obtida. Assim, saber andar de bicicleta ou dirigir um carro é um tipo de memória.

Enquanto, no senso comum, chamamos de memória tudo o que acreditamos saber, todas as informações sobre nossa vida, nosso passado, a vida das outras pessoas e de tudo que aconteceu ou acontece à nossa volta; para a neurociência, este conceito é bem mais amplo. Exatamente por esta razão, há diferentes tipos de memória que usamos para desempenhar as funções do nosso sistema nervoso.

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Quando um bebê começa a chorar pelo desconforto que a fome lhe causa e sua mãe o pega no colo para amamentá-lo, ele adquire a partir desta experiência a memória de que sua mãe é capaz de resolver sua fome. E que ela o atende quando ele chora. Mesmo que ele nunca seja capaz de contar para alguém sobre este dia em que ele aprendeu que a mãe era capaz de aliviar seu desconforto, esta memória será a base da relação entre ele e a mãe para sempre.

MEMÓRIA EMOCIONAL

Para a neurociência, esta é uma memória emocional. Dificilmente será traduzida em palavras e está muito mais relacionada a sensações. Um bom exemplo disso é o poder que os cheiros têm sobre nós. É muito comum experimentarmos sensações fortes quando sentimos um cheiro forte. Um perfume que lembra alguém ou o cheiro da comida da sua avó pode produzir sensações corporais muito fortes mesmo antes de você ser capaz de se lembrar daquele cheiro e seu significado. Na verdade, é possível sentir sensações fortes e nem mesmo se lembrar da relação entre aquele cheiro e elas. Esta pode ser a razão pela qual não se sente bem em um determinado lugar. Ele pode ter cheiros, luminosidade ou sons que te remetam a situações desagradáveis, mas que já não fazem parte das lembranças que você pode contar que viveu.

MEMÓRIAS DECLARATIVAS E ALZHEIMER

Já as lembranças que fazem parte dos fatos que você consegue contar são as chamadas memórias declarativas. Quando elas começam a falhar, dizemos que estamos com a cabeça “fraca”. As perdas de memórias declarativas são comuns durante o envelhecimento e podem estar relacionadas ao fato de darmos menos atenção aos fatos corriqueiros. Ao mesmo tempo, podem estar associadas a doenças como estresse crônico, depressão ou mesmo as temidas demências.

A mais conhecida delas é a doença de Alzheimer que, em seu início, está muito relacionada à perda funcional de uma área cerebral chamada hipocampo, mas que no seu desenvolvimento pode afetar todo o córtex cerebral. É por esta razão que os sintomas se iniciam com a perda de memórias mais recentes (cuja fixação depende da função do hipocampo) e afetam as memórias como um todo ao longo do curso da doença.

MEMÓRIAS NÃO-DECLARATIVAS

Um outro tipo de memória que ainda habita nosso cérebro é a memória não-declarativa. São memórias que não podem ser contadas ou ensinadas oralmente. Um bom exemplo disso é andar de bicicleta. Podemos dizer para as pessoas o que elas devem fazer para aprender a andar de bicicleta mas só subindo, tentando, caindo e tentando de novo é que alguém irá realmente aprender a se equilibrar em duas rodas.

Este tipo de memória envolve outras áreas cerebrais como o cerebelo e os núcleos da base, que podem também ser afetadas por lesões ou doenças. Um exemplo disso é a doença de Parkinson, onde os circuitos do cérebro não conseguem mandar os comandos certos para que os músculos executem funções tão simples como andar ou engolir um alimento.

É por esta razão que a neurociência gosta de dizer que somos nossas memórias. Porque, para tudo que fazemos, sentimos e pensamos temos que usar nosso cérebro recheado de memórias.

 

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